A VERTICALIDADE DA CONDUTA HUMANA –

Ao discorrer sobre a verticalidade da conduta humana, a primeira impressão que me vem é a realidade da relatividade da liberdade do homem.

Abert Schaweitzer afirma que podemos medir o progresso humano do sólido para o líquido, do líquido para o gasoso e do gasoso para o vácuo. Isto é, o homem aprendeu a andar no sólido, nas cavernas, depois no líquido, aprendeu a nadar, construiu canoas, navios, submarinos, etc.; no gasoso aprendeu com Santos Dumont, a voar e, finalmente, o homem aprendeu a andar no vácuo. O homem é uma personalidade. Tem os três poderes: volitivo, intelectivo e afetivo. Fomos feitos à “imagem e semelhança de Deus”. É no setor volitivo que reside o poder das decisões. O homem protesta dizendo ser livre. Ele se revolta contra Deus e contra o seu semelhante. Mas é o homem livre? No universo moral o homem é livre para escolher, mas não é livre para escolher os resultados de sua escolha. As leis do nosso ser não são outra coisa senão as leis de Deus. Elas nos são importas, mas fazem parte de nossa estrutura, do nosso ser, nossas células, nosso sistema sanguíneo. Se obedecermos a estas leis viveremos, se não, morreremos. Exemplo: um trem se locomove nos trilhos da ferrovia. Se não for assim, ele fica desencarrilhado, não cumpre sua finalidade.

O homem pode reclamar dos trilhos das leis de Deus, do reto, do certo, pode desobedecer, mas ficará desencarrilhado. Não cumpre sua finalidade no universo de Deus. Por isso todo aquele que se revolta contra Deus, revolta-se contra si mesmo. O pecador, literalmente, é um revoltado, é um problema para si mesmo, um verdadeiro inferno de temores, remorsos, neuroses, inibições, conflitos íntimos e culpa.

Existem diversas leis que regem a criação. O homem não cria as leis. Ele apenas as descobre. Elas são um pensamento inflexível comandando o movimento. A lei de Lavoisier sobre a conservação das massas; a Lei de Newton, acerca dos corpos e das distâncias; a Lei de Einstein sobre a matéria e energia; a Lei de Proust, acerca dos compostos e proporções definidas; a Lei de Richter-Wenzel, acerca do volume dos gases; a Lei de Faraday, acerca da corrente elétrica e da quantidade de substância liberada nos eletrodos; a Lei de Soddy, acerca dos raios alfa e do número de corpos químicos. Ao homem só resta uma alternativa: obedecer ou destruir-se. Toda vez que o homem quebra uma lei, ele sofre as consequências. Mas entre todas as leis físicas, biológicas, químicas, jurídicas, morais e espirituais existem duas linhas que regem o equilíbrio do homem no universo de Deus: a linha VERTICAL e a linha HORIZONTAL. Trataremos, neste artigo, da linha vertical.

A linha vertical é a linha entre Deus e o Homem. Entre o céu e a terra. Entre o Criador e a criatura. Entre o Tudo e o Nada. O homem é feito do que há de mais elevado no universo – o espírito, que veio diretamente da boca divina. Ele é o traço de união entre o Infinito e o finito. Por isso ele não se contenta com as coisas do mundo. Somente o eterno satisfaz o homem. Esta linha entre Deus e o homem chamamos de religião. Para tanto, precisamos crer que Deus existe. E Ele existe e é a chave inevitável do Universo.

Pensemos no mundo estelar, o universo cósmico e sua grandiosidade, e nos curvaremos diante da realidade da existência de Deus. O cientista F. Seven declara: “Os fenômenos misteriosos do céu, as estrelas e os astros, que velam silenciosamente sobre nós e nos observam com olhos enigmáticos da soleira do infinito, foram sempre motivo de penetrantes intuições e incitamento a elevadas investigações, desde que os lábios humanos murmuraram as primeiras palavras da ciência”.

Investiguemos o mundo estelar – se há limite, estaria a uma distância de bilhões de anos luz, diz a ciência cósmica. A velocidade da luz é de trezentos mil quilômetros por segundo. A luz da Nebulosa de Andrômeda tem um diâmetro de quatrocentos e cinquenta quatrilhões de quilômetros e só é visível a olho nu estando a uma distância nove vezes maior do que sua enorme dimensão. O diâmetro do sol que é cento é dez vezes maior que o da terra é apenas um milhão e quinhentos mil quilômetros. A luz da Nebulosa de Andrômeda para chegar à terra na velocidade de trezentos mil quilômetros por segundo levaria novecentos anos, enquanto a luz do sol, com a mesma velocidade, leva oito minutos.

Esmagado por essa imensidão, aniquilado pela grandeza desses números quase infinitos, deslumbrado pelos cálculos maravilhosos e perfeitos desse mundo sem limites, que homem equilibrado poderia atribuir sua origem ao triste e estéril acaso?

A linha VERTICAL, então, é a relação do homem com Deus.

 

 

 

Josoniel Fonsêca – Advogado e Professor Universitário, membro da Academia de Letras Jurídicas do Rio Grande do Norte – ALEJURN, [email protected]

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