A PERENIDADE DO AMOR – 

Alguém já disse com acerto que “Quem souber amar o suficiente será o mais feliz e poderoso ser do mundo”. O amor é o dom supremo. No afã de definir o amor, um autor compilou 4 mil descrições e definições do que era, ou deveria ser, o amor. Difícil definir, mas a vivência desse sentimento é o caminho para a verdadeira felicidade. Conquistá-la, no entanto, é extremamente difícil e o caminho, por demais doloroso. A verdade é que, somente quando nos tornamos capazes de amar verdadeiramente, chegamos à conclusão de que o AMOR NÃO É PROGRAMADO, NÃO É INTENCIONAL, NEM INCONDICIONAL.

Vivenciar o amor implica uma grande capacidade de perdoar e compreender a razão de ser e de agir das outras pessoas e uma total incapacidade de guardar ódio ou rancor de quem quer que seja. Esse o amor desafio e o amor perene.

Para melhor compreender o verdadeiro sentido do amor, vejamos alguns sentidos da palavra AMOR.

EPITHUMIA – Amor físico – amor lascivo – Não é o aspecto mais importante, mas a área sexual do relacionamento entre duas pessoas é um bom indicador da saúde da vida a dois. O desejo físico jamais dever ser ignorado. O relacionamento sexual é considerado biblicamente um dever, consoante o conselho do apóstolo Paulo na Primeira Epístola aos Coríntios: “o marido conceda à esposa o que lhe é devido, esemelhantemente a esposa ao seu marido”.

EROS – Amor emocional – afeição romântica – Nem sempre Eros é sensual ou amor carnal. É amor romântico, apaixonado, sentimental. Os relacionamentos começam através dele. O problema é que EROS precisa de ajuda, ser alimentado, pois é mutável e não dura a vida inteira sozinho.

STORGE – Amor social – é afeto compartilhado por pais e filhos, irmãos e irmãs. É a ideia de pertencer um ao outro, a ideia de defesa e refúgio emocional.

PHILEO – Amor intelectual – amizade íntima – Querer bem, mostrar afeição pela pessoa amada, mas espera ser correspondido. Envolve camaradagem, partilha, comunicação e amizade.

ÁGAPE – Amor sobrenatural – serviço sacrificial – Ágape é totalmente desprendido, pois tem a capacidade de dar e continuar dando, sem esperar nada em troca. Ele valoriza e serve à outra pessoa. É amor ativo, não é emoção, mas ação. Não é o que eu sinto, mas o que eu faço. Amar é dar, suprir necessidades, servir. É amor volitivo, tenho que decidir amar. É amor incondicional, devo amar, mesmo que não seja correspondido.

Assim exposto, concluímos que o amor paixão romântica é passageiro. A paixão, disse-o alguém, “cansa e pesa”. É como no garimpo, o importante é, no peneirar dos sentimentos, não deixar cair da bateia os diamantes, de forma que o amor sobreviva ao crepúsculo da paixão. Na verdade, o amor sobrevivente será, contudo, necessariamente, um amor diferente, amor companheiro, bem querer, admiração, respeito recíproco, ternura e aconchego. Em síntese: AMOR PERENE.

 

 

 

Josoniel Fonsêca – Advogado, professor, membro da Academia de Letras Jurídicas do Rio Grande do Norte- ALEJURN.

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