A DIFÍCIL VIDA SOZINHO – 

Desde o fatídico 31 de março do ano, ainda corrente, quando partiu a minha THEREZA, ando a procura de mim mesmo.

Uns dizem que o tempo cura tudo. Isso não é verdadeiro quando existe uma relação de amor real. Perdi o interesse pela vida, não tenho mais a minha musa inspiradora, minha confidente, minha companheira, embora, em espírito, ela esteja em tudo presente. O melhor remédio para essa perda é a solidão.

Até mesmo a minha casa, construída com tanto sacrifício, já não me dá interesse, senão o jardim que ela deixou, onde fiz um “recanto especial” e lá deixo permanentemente uma rede armada à espera do seu retorno.

Mesmo que conte com o apoio incondicional dos meus filhos, nada supera a dor da perda, sobretudo nesta época natalina onde ela comandava a compra dos presentes, postagem dos cartões, armava o presépio e a árvore tradicional, com enfeites pendurados, alguns com a foto de cada membro da família.

Estou sem coragem de fazê-lo, mas vou fazer esforço para que ela esteja mais ainda presente.

O fato me leva a meditar sobre a vida e constatar quantos casais se agridem em comum por falta de amor, aos quais deixo minha mensagem – vocês não sabem o que é viver sozinho pela perda da sua outra metade.

Conclamo a todos e todas, que valorizem seu companheiro ou sua companheira, pois sem isso a vida não tem sentido.

A inspiração para escrever está cada vez mais escassa. Não consigo responder as mensagens diariamente recebidas.

Contudo, rogo a Deus que me dê forças, pois ainda remanescem os filhos e netos e agora vivo para eles.

Essas poucas linhas é para justificar a ausência das minhas crônicas. A fase atual é a mais difícil, onde fico na dúvida do “ser ou não ser”. É melhor ficar sofrendo ou partir?

Todos os dias, em minhas orações, entre as lágrimas não contidas, renovo o meu sentir, parodiando uma bela canção da MPB:

“Minha casa é tão bonita, que dá gosto a gente ver, tem varanda tem jardim
Ainda hoje estou esperando uma rede para mim a embalar de quando em quando.
Minha casa é uma riqueza pelas joias que ela tem, minha casa que tem tudo.
Tantas coisas de valor – minha casa não tem nada – VIVO SÓ SEM MEU AMOR”.

 

 

Carlos Roberto de Miranda Gomes – Advogado e Escritor, membro da ANL e do IHGRN
As opiniões contidas nos artigos são de responsabilidade dos colaboradores

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