O corpo do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Teori Zavascki,chegou na manhã deste sábado a Porto Alegre onde está sendo velado. Pouco antes das 7h30, o avião trazendo Teori aterrizou na Base Aérea de Canoas, na região metropolitana da cidade. De acordo com a assessoria de imprensa do STF a cerimônia ocorre no predio do  Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4). A visitação pública começou a partir das 11h.O corpo de Teori foi levado para o local do velório em cortejo. Além da presidente do Supremo, ministra Cármen Lúcia, o presidente Michel Temer e outras autoridades e parlamentares confirmaram presença. O sepultamento será às 18h no Cemitério Jardim da Paz.

 Relator da Lava-Jato na Corte, o ministro era o responsável por conduzir os desdobramentos da maior investigação de combate à corrupção no País que envolvem autoridades com foro privilegiado. Teori estava empenhado, nos últimos meses, na análise da delação premiada dos 77 executivos e ex-executivos da Odebrecht, o mais importante acordo celebrado pela operação até aqui e que aguarda homologação. Até então, o ministro já havia homologado 24 delações premiadas no âmbito da operação que implicam políticos dos principais partidos do País, da base e da oposição do governo federal. Teori foi ministro do Supremo a partir de 29 de novembro de 2012. Ele presidiu a 2.ª Turma da Corte entre 2014 e 2015.

Para seu filho, não era fácil para Teori ser ministro do Supremo Tribunal Federal (STF). Sobretudo, ser o relator-geral da Operação Lava-Jato, que desvendou o bilionário esquema de corrupção na Petrobras. “A vida dele era basicamente trabalho. De manhã e de noite, estava sempre envolvido com o trabalho”, disse Francisco Prehn Zavascki, 36 anos, advogado, filho de Teori. A pressão ficou ainda maior quando ele assumiu a relatoria da operação, ficando responsável pela homologação das delações da Odebrecht. Para segurança própria, o ministro deixou de frequentar restaurantes e outros ambientes que gostava. “Teve que ficar mais recluso”, afirma o herdeiro.

A apreensão em relação ao trabalho realizado no centro do poder do país era partilhada em desabafos a amigos e familiares. “Uma frase que ele sempre dizia para quem dizia querer trabalhar em Brasília ou fazer qualquer coisa na capital era: Brasília não é para amadores”, ressalta. Em luto, Francisco reluta em acreditar em teorias da conspiração envolvendo a morte do pai. Prefere crer que a tragédia foi apenas um acidente. Mas pede que o poder público e todas as autoridades responsáveis investiguem as causas da tragédia que matou outras quatro pessoas. “Seria terrível ter um juiz, seja de qual instância for, assassinado, pagando com a vida por causa de um processo”, afirmou.

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