TEMPO, TEMPO, TEMPO! –
Madrugada, altas horas, acordo pra beber água. Estou enjoado, depois de passar o domingo em um churrasco com amigos. Estou com enjoo do churrasco e com saudade dos amigos queridos.
Eu me encontro na cidade grande, vejo tudo iluminado e me sinto triste. Olho para o céu em busca das estrelas para aliviar o meu penar, quando a lua me aparece, majestosa, magnífica, bela. É quando, de repente, me bate um banzo e fico arrepiado. E aí eu sou transportado no tempo da saudade.
“Cidade grande moça bela
Tu tens o cheiro da ilusão”
Quem passou em tua janela
Já conheceu a solidão”
Sábias palavras do poeta.
Retorno no tempo, e me vejo numa noite qualquer de minha adolescência, morando em fazendas, onde não existia luz elétrica. Corria um vento leste frio, penetrante, arrepiante. Naquelas horas só escutava o canto dos bacurais e dos grilos. Além do barulho do silêncio.
Olho para o céu e a lua está lá, linda, iluminando todo o cenário e revelando vultos e silhuetas que me metiam medo.
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De repente o cachorro saia correndo em disparada e só escutávamos o seu latido lá na várzea. Havia acuado algo e lutava bravamente. O que seria? Um guaxinim, uma raposa, ou uma alma penada? Vá saber…
Hora de ir pra cama, apagar o candeeiro e ficar embaixo do cobertor. Enquanto isso o vento leste mexia com os galhos das árvores e entrava entre as telhas e ripas da casa, provocando um leve zumbido.
Tempos de nunca mais. Saudades!
José Alberto Maciel Oliveira – Representante comercial aposentado
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