O desempenho indica uma leve perda de ritmo em relação ao segundo trimestre, quando a economia avançou 0,3% e já mostrava sinais de desaceleração. Na comparação com o mesmo período de 2024, o PIB cresceu 1,8%.
O resultado ficou um pouco abaixo das projeções de mercado, que apontavam alta de 0,2%. Já na comparação anual, superou levemente as expectativas, que previam crescimento de 1,7%.
No recorte setorial, na comparação com o trimestre anterior, Agropecuária (0,4%) e Indústria (0,8%) registraram altas moderadas.
Após o desempenho mais forte do trimestre anterior, tanto os Serviços quanto o Consumo das famílias perderam ritmo. Ambos avançaram apenas 0,1%, ficando praticamente estáveis no período.
Com a Selic estacionada em 15% ao ano — o maior nível em quase duas décadas —, o crédito ficou mais caro e o custo das dívidas aumentou, o que tende a reduzir a disposição das famílias para consumir.
Mesmo com o desemprego em patamar historicamente baixo, o Consumo das famílias perdeu ritmo e avançou apenas 0,1% no terceiro trimestre frente aos três meses anteriores, quando tinha crescido 0,6%. Na comparação com o mesmo período de 2024, houve avanço de 0,4%.
“Os juros altos naturalmente comprometem diversas atividades, mas o aumento da massa salarial e o mercado de trabalho aquecido ajudam a mitigar esse impacto. Se estivéssemos diante de um mercado de trabalho frágil, o resultado seria mais negativo”, explica a analista do IBGE, Claudia Esterminio.
O setor de Serviços também perdeu ritmo em relação ao trimestre anterior, quando avançou 0,3%, mas a maior parte das atividades manteve crescimento — com exceção das financeiras, de seguros e serviços relacionados.
Veja abaixo:
Enquanto isso, o Consumo do governo se recuperou e cresceu 1,3%, contribuindo para sustentar a demanda interna. Os Investimentos também mudaram de direção e registraram alta de 0,9%, após a retração do trimestre anterior (-2,2%).
No setor externo, as Exportações ganharam força e avançaram 3,3%, enquanto as Importações voltaram ao campo positivo, com leve alta de 0,3%.
Segundo a coordenadora de Contas Nacionais do IBGE, Rebeca Palis, esse resultado foi influenciado por movimentos específicos de alguns segmentos.
Ela explica que, mesmo com o tarifaço, parte dos exportadores conseguiu redirecionar mercados e manter o ritmo das vendas externas, o que ajudou a sustentar o desempenho positivo no trimestre.
“A indústria extrativa é um exemplo — teve forte alta nas vendas externas neste trimestre, contribuindo diretamente para o crescimento da economia. No fim, o efeito negativo foi mais localizado e bem menor do que se projetava.”
Na avaliação do IBGE, o impacto acabou concentrado em setores mais específicos, como o de madeira. Por outro lado, houve aumento das exportações de soja e carne para a China, movimento que compensou parte da pressão inicial.
“Como grande parte da pauta exportadora brasileira é formada por commodities, os segmentos mais nichados até enfrentaram alguma restrição, mas o efeito sobre a economia como um todo foi bem menor do que se projetava — algo que já começava a aparecer nas pesquisas conjunturais”, completa Claudia Esterminio.
De acordo com o IBGE, o Sistema de Contas Nacionais passa por uma fase de transição, com a atualização do ano-base de 2010 para 2021. Durante esse período, os resultados trimestrais servem como referência provisória para medir o comportamento da economia.
A Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Fazenda avaliou que a desaceleração do consumo das famílias no terceiro trimestre contribuiu para a redução do ritmo de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB).
“Em resposta aos impactos defasados da política monetária restritiva [juros altos, fixados pelo Banco Central para conter as pressões inflacionárias]”, informou o Ministério da Fazenda.
Considerando as revisões dos resultados anteriores, a Secretaria avaliou que o viés do crescimento do PIB segue positivo. Até o terceiro trimestre, o carregamento estatístico já alcança 2,2%, valor próximo à projeção divulgada anteriormente pela pasta.
“A expectativa continua sendo de crescimento positivo na margem ainda no quarto trimestre, repercutindo, principalmente, uma leve melhora no desempenho dos serviços”, afirma a SPE em nota.
A secretaria destaca que as revisões mostram desempenho mais favorável no primeiro semestre para atividades ligadas a setores menos cíclicos, enquanto os setores mais sensíveis ao ciclo econômico apresentaram resultado menos expressivo.
“A tendência de desaceleração da atividade, com a revisão para cima do PIB do primeiro semestre, se tornou mais acentuada, reduzindo também o carry-over para 2026”, acrescenta, referindo-se ao efeito do crescimento acumulado que impacta o ponto de partida do ano seguinte.
Para este ano, a projeção dos economistas do mercado financeiro é de um crescimento do PIB de 2,16%, após uma alta maior, de 3,4%, em 2024.
No cenário internacional, entre os países do G-20 que já divulgaram o PIB do terceiro trimestre, o Brasil ficou na décima primeira posição na margem, na oitava na comparação interanual e na sexta no acumulado em quatro trimestres, segundo dados da SPE.
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