O BRASIL NO OCULISTA –

Quem não se lembra na consulta ao Oftalmologista dessas pequenas indagações, em que buscamos como resultado, uma ampliação do enxergar com acuidade:

É melhor esse ou esse?

E agora? Melhor esse ou o anterior?

Assim, estava refletindo o quanto está parecido com o momento político que assola atualmente o nosso querido torrão nacional.

Só que neste momento, se abstermos das ideologias fanáticas, certamente não saberíamos – ao menos eu – que resposta teria para “É melhor esse ou esse?”.

A peneira da ética e da moral, com sua malha menos aberta, vem, no coar dos líderes, estadistas e comprometidos com a nação – diga-se com o seu povo, retendo àqueles que “tomamos” como nossos representantes.

Parece que de uma hora para outra, todos “lotamos” os consultórios oftalmológicos em busca de uma lente salvadora, diante de tantas cegueiras que foram tomando conta paulatinamente do nosso olhar crítico e exigente.

E nessa condição – de uma visão cansada, parece que nos entregamos a qualquer um que nos conduza pelo caminho de suas meias-verdades.

Entramos literalmente na teimosia do 6 ou do 9, conforme o ponto de referência que dominou nosso pensar.

As setas que antes eram (ou deveriam ser) orientadoras de um caminho seguro, sólido, promissor, passaram a apontar para desvios que não levam ao objetivo de um povo desejoso em usufruir das benesses do atual século, que pelo seu avançado desenvolvimento tecnológico, não compartilha os benefícios que dele demandam.

E isso está visto – com lentes potentes ou não, que frente aos desvios dos recursos financeiros, aliados aos propósitos de fazer e servir com qualidade, não leva ao povo brasileiro o aparelhamento do benefício dos serviços públicos nos verdadeiros aspectos da segurança, da saúde, da educação, efetivamente.

As instituições, todas elas, perderam seu brio, seu respeito, sua confiança, por causa do homem inepto.

 Estaria o homem “falido” na sua concepção administrativa pelo bem comum?

“Tá tudo errado”, dizia meu saudoso amigo Nadir Wanderley de Carvalho, e completava: “do santo ao pecador” – ou seja, em todas as esferas.

A sociedade entrou em desalento, insegura quanto o amanhã. O descrédito nas instituições democráticas tornou o povo brasileiro incrédulo numa solução com os possíveis remanescentes homens públicos desta geração.

Mas, qual a geração política futura?

Como ela está sendo preparada?

Os jovens políticos estão “escolados” na cartilha dos atuais, e como tais, se não tomarem às rédeas para uma nova visão que deles se esperam, tristemente amargaremos um período de transição muito longo e cheio de incertezas.

Mas, não desanimemos.

Aprendamos todos, e todos comecemos a transformar este país naquele que almejamos.

 

Carlos Alberto Josuá Costa – Engenheiro Civil e Consultor (josuacosta@uol.com.br)

As opiniões contidas nos artigos são de responsabilidade dos colaboradores
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