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Mudanças podem fazer Instagram e Facebook virarem novos ‘X’ e até inibir liberdade de expressão, dizem especialistas

As recentes mudanças anunciadas pela Meta na moderação de conteúdo, que a empresa diz que servirão para aumentar a liberdade de expressão, podem ter um efeito contrário, causando desconforto e inibindo alguns usuários.

“Um ambiente mais violento, por exemplo, onde circule mais discurso de ódio, pode ser mais hostil para determinada participação política, o que, no limite, pode prejudicar a liberdade de expressão”, explica Francisco Brito Cruz, diretor do Internet Lab.

“Algumas pessoas que vão pensar: ‘Poxa, por que eu vou falar nessa plataforma e receber uma chuva de comentários ofensivos que a plataforma diz que é liberdade de expressão? Melhor eu não falar nada'”, exemplifica.

Ao anunciar as mudanças, o presidente-executivo da big tech, Mark Zuckerberg , disse que esse é o momento de a empresa “voltar às raízes em torno da liberdade de expressão”. A decisão foi celebrada por Elon Musk, dono do X, e pelo presidente eleito Donald Trump.

Cruz e outros especialistas ouvidos pelog1 entendem que o fim do sistema terceirizado de verificação de fatos, a redução dos temas que podem ser alvo de filtros de conteúdo e uma permissividade para discursos ofensivos vão prejudicar os usuários.

Para David Nemer, professor nos departamentos de Estudos de Mídia e Antropologia na Universidade da Virginia, nos EUA, essa mudança de rota leva o Facebook e o Instagram para o caminho do X. E isso não é bom.

Em 2022, já sob a gestão de Musk, o então Twitter intensificou o uso das “notas da comunidade”, onde cabe aos usuários — e não a checadores especializados — denunciar conteúdos falsos, ofensivos ou problemáticos. Esse mesmo sistema será seguido agora pela Meta nas suas plataformas, que também incluem o Threads.

“O número de ataques antissemitas e racistas cresceu exponencialmente no X. Então, é possível esperar que isso se repita na Meta”, diz Nemer.

 

Para Pablo Ortellado, professor de gestão de políticas públicas da Universidade de São Paulo (USP), a moderação de conteúdo é indispensável para o funcionamento das mídias digitais. “Caso contrário, elas seriam rapidamente inundadas por spam, pornografia e propaganda ilícita”.

Fonte: G1

Ponto de Vista

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