Valério Mesquita*
Dias sem esperança. Quedo-me em silêncio com as minhas dores e odores de mentol e cânfora. Dentro, minha alma grita de inconformações. A terceira idade me oprime e me desgasta mais depressa. Seria mesmo a juventude o “único bem digno de inveja?”. Quantos desejos não sufoco nessa vida de perplexidades e fantasias insaciadas? Percebo o quanto é frágil o ser humano. Vulnerável, mas egoísta. Salve-se a mulher que, apesar das fraquezas, ainda é a água potável de sempre. O que me domina mesmo é o medo de saber para onde tudo se encaminha. Não há certezas. Só dúvidas e dívidas.
Por isso é que me volto, invariavelmente, ao passado, ao ritmo da busca, aos lances exatos sobre os quais falou, certa vez, o poeta Sanderson Negreiros. O universo que construí nos idos de cinqüenta e sessenta não foi destruído. Permanece em mim, intacto, imune às poluições da modernidade. Não me julguem severamente. Para viver naturalmente preciso me lembrar que não somente existo, mas que existi e já fui feliz. Não sou nostálgico ou antiquado. Por acaso, estudar a história do Brasil ou a Geral é saudosismo? Reler a Bíblia ou os clássicos literários seria pieguismo? Cada um de nós tem uma história de vida com as suas lições imorredouras. Ignorar tais coisas é ser talibã e fútil.
Como me alegrava caminhar pelas ruas de Macaíba ao lado do meu pai! Era simples, humano, disponível. Dividia com os moradores da sua Fazenda “Uberaba” o fruto e o usufruto. Aos domingos, promovia no alpendre grande da sua casa o forró “pé de serra” e se divertia vendo os trabalhadores dançar. Era “devoto” das músicas de Luiz Gonzaga. E como era gostoso ouvir à tardinha o berreiro de Gonzagão: “Vai boiadeiro que à noite já vem. Leva o teu gado e vai prá junto do teu bem…”. Mas, há tantas coisas que eu recordo e não cabem todas nessa procissão de relembranças. Não sei, porém, eu me sentia mais seguro. Talvez, isso esteja explicado dentro do fator tempo, a presença familiar e nenhuma agressão ainda ao meio ambiente. O viver é muito complicado. E fica mais emblemático quando se procura entender o significado do antes, durante e depois. Por favor, passe-me o Vick Vaporub e o Bálsamo Bengüê. Muito embora, mais do que eu (apenas infecção sentimental), o mundo está exageradamente enfermo.
Valério Mesquita* – Escritor e Presidente do IHGRN – mesquita.valerio@gmail.com
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