SENHOR CIDADÃO – Carlos Alberto Josuá Costa

SENHOR CIDADÃO –

Senhor cidadão/ Me diga por quê/ Você anda tão triste?/ Não pode ter nenhum amigo,/ Na briga eterna do teu mundo/ Senhor cidadão/ Tem que ferir ou ser ferido/ Senhor cidadão / Ô cidadão, que vida amarga/ Que vida amarga” (Tom Zé).

Na sutileza desta música do nosso carismático Tom Zé, associamos a realidade pela qual nos deparamos num mundo sem fronteiras e, por que não, sem medidas para o respeito ao ser humano.

“Você anda tão triste?”. Cada vez mais encontramos pessoas inseguras, inconformadas e tristes com o quadro atual que passamos, em relação à credibilidade em tudo que tem a mão do homem na condução do hoje em direção do amanhã.

As amizades, que são um sustentáculo certo e líquido das boas relações, se desgastam pela irritabilidade, por ser partidário a essa ou aquela ideologia abraçada e alimentada pela rivalidade brutal do “a verdade é a minha”.

“Tem que ferir e ser ferido” tem feito do ‘senhor cidadão’ um “valente” para subjugar o contraditório, porém um “fraco” para refletir a diferença entre a razoabilidade e a incoerência do falar e do agir.

“Que vida amarga”, um povo perder a crença nas instituições que dão ordenamento ao preceito de cidadania.

Parece que tudo e todos estão submetidos a uma degradação dos valores, a ponto de se buscar um só segmento que possamos ancorar como “virtuoso” e, não encontrar.

Estamos saindo das ‘meias verdades’, por si só descabidas, para as ‘mentiras desveladas’, que nos tratam com idiotas.

Grupos são formados para discussões e debates, mas ai de quem manifestar seu parecer em outra direção que não seja imediatamente diminuído com termos pejorativos. Não existe debate, não tem espaço para uma reflexão que possa, ao menos, levar a “vou pensar nisso”.

Puxa! Então estamos no fundo do poço?

Que poço? Não sabemos nem em qual deles caímos.

No da moral e cívica, no da família, no do ensino básico, secundário e superior, no da cultura, no da segurança, no da política, no do judiciário, no do legislativo, no do executivo, no das entidades de classes, no dos sindicatos, no das instituições financeiras, no da previdência, no dos esportes, no das empresas privadas, no dos hospitais, nos dos transportes, no das ONGs, no da legalidade? Enfim, e tem fim? Já cansou? Tá bem, vamos pausar. Você aí continua!

O que nos resta?

Lembra aquele cubo de cores, que vamos arrumando peça por peça até que cada cor espelhe uma face?

É preciso inteligência emocional, agilidade, confiança, começar e recomeçar, até que cada núcleo que constitui a sociedade vá se agrupando e fortalecendo o propósito de dar cor às faces deste Brasil. Cor que representa trabalho, compromisso com sua gente, gente com comprometimento.

Dar cor a essa nação rica e cobiçada por tantos, de modo que suas faces sejam montadas na honradez e seriedade administrativa.

É preciso se aproximar da verdade!

Caso contrário, faremos refrão com Tom Zé:

Oh, senhor cidadão/ Com quantas mortes no peito/ Se faz a seriedade?”.

“Senhor cidadão /Me diga por quê/ Me diga por quê/ Me diga por quê”.

 

Carlos Alberto Josuá Costa – Engenheiro Civil e Consultor (josuacosta@uol.com.br)

As opiniões contidas nos artigos são de responsabilidade dos colaboradores
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