A noite de ontem continuou marcando as comemorações das bodas de platina da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do RN. A instituição promoveu o Seminário “Fecomércio RN: 65 anos à frente”, no Teatro Riachuelo para um público de cerca de 900 pessoas. Ao longo do ano, o aniversário da instituição já foi lembrado em outras oportunidades, como o Mérito Jessé Freire Especial de 65 anos, uma edição especial do “Motores do Desenvolvimento”, e a reinauguração do edifício-sede, em março.
“Ao longo de toda a sua existência, a Fecomércio tem liderado ações que têm contribuído para o aprimoramento das relações das empresas e empresários que compõem o segmento do comércio de Bens, Serviços e Turismo com instituições públicas e privadas que, de alguma forma, definem os destinos da nossa sociedade. Chegar até aqui, 65 anos após sua fundação, tem sido, para a Fecomércio, obra de muita luta e dedicação, mas, também, de muitas conquistas e realizações. E isso é motivo para comemorações”, disse o presidente Marcelo Queiroz, em seu discurso de abertura.
Para o Seminário, a Federação trouxe a Natal o ex-ministro da Fazenda Maílson da Nóbrega e o jornalista especializado em economia Carlos Alberto Sardenberg. O público presente teve a oportunidade de ouvir dos dois uma análise da nossa atual situação econômica, além das perspectivas para os anos seguintes, tendo em vista as Eleições 2014.
O primeiro a subir ao palco foi Maílson da Nóbrega, que proferiu a palestra “Perspectivas da economia brasileira”. Primeiro, ele fez um panorama da nossa atual situação, demonstrando que a economia perdeu o dinamismo, devido ao desaquecimento do mercado de trabalho; ao crescimento em ritmo lento da concessão de crédito; queda do confiança do consumidor e consequentemente do consumo; à persistência da inflação acima da meta. “Depois da 2ª Guerra o país engoliu que era necessário um pouco de inflação para crescer, o que não é verdade. A máxima de que 3% de inflação é melhor do que 4,5%, não é benéfica. Hoje a inflação está sem controle, está alta. Um índice de 6,5% ao ano, dá uma média de 20% no aumento dos preços a cada 3 anos”, disse Maílson.
Diante disso, ele fez uma análise, do ponto de vista econômico, do que o país pode esperar após as eleições para a presidência da República. Para o ex-ministro, o país, que hoje está com uma produtividade quase zero, deve ter seus índices de desemprego aumentados, mas que “mesmo que os governos que estão por vir sejam ruins, dificilmente perderemos a estabilidade econômica e a estabilidade política”.
Já o jornalista especialista em economia Carlos Alberto Sardenberg falou sobre “Os rumos da economia brasileira nos próximos anos, como ajustar nossas velas?”. Para ele, o país passou por um período de saltos de crescimento devido à estabilidade da moeda. Isso trouxe de volta o crédito, principalmente o habitacional, e trouxe de volta os investimentos estrangeiros depois de 20 anos (1975 a 1995) de investimento quase zero. Sardenberg disse que “é impossível que o país dê os mesmos saltos de desenvolvimento nos próximos anos. Para garantir a estabilidade, foi criado um ambiente desorganizado, onde não podemos ter uma ideia de quanto irá custar a nossa conta de energia ou o litro da gasolina, por exemplo”.
Após as palestras, os dois especialistas responderam às perguntas do próprio presidente Marcelo Queiroz, e da plateia. Aberto ao público, o Seminário contou com a presença de membros da diretoria do Sistema Fecomércio, de presidentes de Sindicatos filiados à Federação; presidentes de outras federações de classe; autoridades; e imprensa. “Foi uma noite muito proveitosa. Fomos brindados com duas competentes visões sobre o atual momento porque passa a nossa economia, bem como os rumos que esta nau chamada Brasil terá que seguir, para retomar o espaço que lhe cabe no contexto das nações mais desenvolvidas do planeta”, finalizou o presidente Marcelo Queiroz.
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