COISAS QUE EU VI, OUVI OU VIVI: COISAS DO PASSADO X COISAS DE PASSADO –
COISAS DA SABEDORIA
Considero sabedoria, aprender a não valorizar o que lhe fez mal no passado, e, por conseguinte, não o associar com possíveis situações do presente e nem imaginar sua influência no futuro.
Gosto de anotar coisas, e das frases que se relacionam com passado, selecionei algumas:
– Quem gosta de passado é museu.
– Não deixe que as lembranças sejam grilhões. Liberte-se e escreva sua própria história.
– O passado é um livro antigo; quem se apega a ele, perde as páginas do presente.
– Recordar é bom, mas viver é melhor. Não seja um eco do que já foi.
– Quem se apega ao passado esquece de apreciar as belezas do presente.
– O museu tem suas belezas, mas a verdadeira arte está em viver o agora.
– Não deixe que o ontem molde seu amanhã; a vida é feita de recomeços.
– Afinal, se coisas boas se vão, é para que coisas melhores possam vir. Esqueça o passado, desapego é o segredo!
– O meu passado é dividido entre coisas que eu não consigo lembrar e coisas que eu não quero.
– Na vida, “nada é para sempre”.
– Se você está passando pelo inferno, continue andando. (Winston Churchill).
COISAS DO PASSADO X COISAS DE PASSADO
Como até conheço pouco da nossa língua portuguesa, procuro ter cuidado, ao falar, e muito mais ao escrever.
Por exemplo: coisas do passado x coisas de passado.
Para mim, se eu escolhesse o primeiro, pareceria que estava me dedicando a falar ou escrever sobre ocorrências passadas.
Portanto, utilizaria as “coisas do passado”, para refletir e projetar uma evolução.
“Coisas de passado” me soa estranho, mas imagino se referir a ocorrências ou práticas, antigamente comuns, que hoje não são mais aceitas, porque contrariam novas regras ou costumes.
Independente da expressão, sou favorável a dar importância à reflexão sobre viver o presente e projetar o futuro, levando em conta experiências passadas, porém, sem valoriza-las ao ponto de impedir um avanço, em busca de novas oportunidades e formas.
Viver o presente com o olho no passado, não vai facilitar a construção de um futuro melhor, uma vez que vai limitá-lo, restringindo inovações e diminuindo sua capacidade de adaptação às novas realidades.
Porém, isso não significa dizer que não sejam levadas em consideração, lições do passado, cujos conhecimentos orientem a construção do futuro.
EXPEDITO E AS COISAS DA LEMBRANÇA
Estando nessa busca, e já começando a me enrolar nas dificuldades das terminologias, resolvo consultar o meu filósofo Expedito, e lhe telefono, questionando: “Expedito, você é de acordo valorizar as lembranças do seu passado, para dar um sentido do que fazer no presente e até projetar o futuro”?
Ele não demora a responder, e diz: Dôtô, sobri as coisa du paçado, nóis num podêmo arrepará as rim e nem revivê as boa.
Como só é pussive arrecordá, sô da opinião que devêmo se arrecordar das coisa boa, prá pudê tê bôas lembrança e num dá importânça as coisa rim, a num sê, prá num fazer ôtra veis.
Nada mais du que iço.
As veis, quando tô na istrada, mim veijo si rindo cem motivo, e quando paro pra pensá, dentifico qui são coisa ingraçada, dos meus tempo de minino ou da juventude e inté adurto. Infim, dos tempo paçado.
É acim, purquê as lembrança das coisa boa, é diferente das lembrança das coisa rim, pois as rim só tráis memória disagradável.
Ói. Zé Otávio, marido de Honorina mim dice qui ela, veis pur ôtra, se alembra de coisa rim do paçado dêles, e tem assesso de raiva, cumo se tivece acuntecendo ôtra veis.
Mim diga, iço cerve prá quê? Eu mermo arrespondo: só prá adisgastá a vivênça dêles.
Diz Zé Otávio, qui parece um inspríto mau, qui entra nu côrpo dela, e ela entra in trânse. Fica impossuída.
Dôtô, hogi num si pode fazê maginação de ação qui si feis no paçado, pois tem qui si levá in conta muita coisa, inté, o istado de inspríto du momento im qui si paçou o açunto.
Quantas vêis si fais uma coisa e adespois si diz: foi pur impuso. E ainda: sí rependimento matáce…
As pessoa num pode dirigí a vida oiando nos retrovisô.
Si fô acim, córi o risco de num vê as coisa da istrada, onde tá paçando, e perdê o rumo prá onde vai.
Qual a importânça de uma pedra na istrada, qui nós já paçamo por ela? Nihuma.
Agora, é di si impreocupá cum ôtras pedra, qui pode aparecê.
Aí, tá certu.
Olha, Expedito. Gabriel Garcia Marques, disse: “A vida não é o que a gente viveu e sim o que a gente recorda e como recorda para contá-la”.
Como aprendi com você que “as boas lembranças dão o prazer de reviver, ao recordar”, vou deixando os coisas ruins de lado.
Hoje a cada dia que nasce, me importa menos o passado e valorizo mais o presente, pois, também a cada dia, é mais curto, o meu futuro.
Afinal, ainda a tempo, cheguei à conclusão de que é fácil ser feliz, e deixei de dar importância a muitas preocupações com o difícil, o complicado, e o que não tem mais jeito, para procurar viver bem.
De forma pragmática, passei a valorizar pequenas coisas, ou coisas simples que estavam ao meu alcance e eu não dava importância.
Dôtô, imparece qui o siô andô iscutando “cheia de charme” de Guilherme Arantes. KKKK
Ói. As minina da facurdade mim faláro de um chinês e uma históra da côr do gato, qui imparece cum eça sua dicisão, sôbri sê pátrico, prá invaliá a importânça das coisa.
Expedito, suas amigas devem se referir ao líder chinês Deng Xiaoping, que, após a morte de Mao Tsé-Tung, foi responsável pelas reformas econômicas para reconstrução da China.
Para mostrar a importância da economia sobre a ideologia, dizia ele que, pelo pragmatismo, “não importa a cor do gato, desde que ele mate o rato”, pois o importante é o que funciona.
Como no caso chinês os argumentos eram ligados a ideologia comunista, ficou a interpretação de que a cor do gato, a que Xiaoping se referia, era o vermelho, a mesma adotada pelo PT.
Porém, segundo analistas, ele quis ensinar que a eficiência estava acima da doutrina e usou a expressão para ilustrar sua visão pragmática, defendendo que o importante não é a ideologia, mas sim, o que faz funcionar.
Assim é a nossa vida. Devemos dar importância ao que é importante.
É verdade Dôtô. O resto qui si ixplôda.
KKKKK.
CONCLUSÕES DE EXPEDITO
Dôtô. A vida tem muita coisa isquisita, mais os defeito, tá tudo na vista, como diz o cigano vendendo um cavalo sego.
Quando nois é jove, tudo é sonho: a casa, o carro, o cachorro, a fazenda, os gado, os filho, tudo vem nas programação.
Num interessa a orde, mais é acim.
E tudo vai si acosiguindo.
São as vitóra da vida.
Neça época, nóis só tem futuro.
Hoje, adespois de tudo qui já pacei, num sei mais da importânça diço.
Ficô tudo no paçado.
Nóis, nus tempo atráis, tinha ôtra vida cum a famía, di muita proximação e respeito. Tinha quaxi pur obrigação visitá os páis e até os tio, pidí benção, e pur aí vai.
Agora, os filhos, como na música de Luiz Gonzaga: tudo criado, já se vê poco, pois talveiz, nóis num teja nas impreocupação dêlis, purquê axam qui é coisa de passado.
Meus fio, mermo morando aqui pur perto, um im Jardim di Siridó, e outro im Santana do Matos, só vem pur aqui, nas festa, e cada véis as visita se adisminui mais.
Antis era natal, ano novo, semana santa, São João, nivesarios, padruêra.
Agora, nécas de pitibiribas. Vô é rezá pra elis vir, pelo menus, na festa de Santana.
ENCERRANDO A CONVERSA
É Dôtô, a cunvelsa foi boa, mais num póço perdê tempo.
Vô simbora, purquê Cristina já si aprontô e tá mim insperando.
Viêmo prá Natal, prá matá a sardade do mar, e hoji nós vai vê a lua, lá im Ponta Negra, sentá numa cadêra na bêra da engorda da praia, e isquecê qui o tempo prá frente, tá curto.
Afiná, na vida, comu si dís, “nada é para sempre”, e o qui nóis tem di certo, é o agora. O amanhã, num pertence a nóis.
Até mais vê, Dôtô.
Como é seu costume, não desliga o telefone e escuto quando ele grita pra Cristina: vâmo amôzinho! O Dôtô já terminô a cunvelsa.
Então, ouço Cristina dizer: Virgem Maria. O que danado vocês tanto conversavam? Já estava pensando que ia ver o nascer do sol, ao invés da lua.
Expedito fala: amôzinho, lá vem você cum seu dizagêro. Venha logo, me dá um bêjinho, e vâmo simbora, qui a coisa é séria!
Cristina se aconchega, ele liga o carro, e grita: “É hoje qui só chêgo amanhã!!!”
O som do carro, toca alto, QUANDO TE VI, de Beto Guedes:
Nem o sol
Nem o mar
Nem o brilho
Das estrelas
Tudo isso
Não tem valor
Sem ter você
Sem você
Nem o som
Da mais linda
Melodia
Nem os versos
Dessa canção
Irão valer
Nem o perfume
De todas as rosas
É igual
A doce presença
Do seu amor
O amor estava aqui
Mas eu nunca saberia
Do que um dia se revelou
Quando te vi
Antonio José Ferreira de Melo – Economista, antoniojfm@gmail.com
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