ARTIGO: Ana Luiza Rabelo

Eu amo você –

Essa pequena frase deve ser repetida à exaustão, com sinceridade, todos os dias de nossa vida, para aqueles a quem dedicamos nossa afeição.

A vida é muito frágil, muito curta e nós, inocentemente, perdemos muito tempo debatendo questões abissalmente irrelevantes, que geram conflitos, desavenças, dissabores e mágoas. A vida é muito rica, muito generosa e nós, tolamente, esquecemos disso.

De acordo com os velhos ditados: “santo de casa não faz milagre” e “em casa de ferreiro, espeto de pau”, nós alimentamos o (péssimo) hábito da desatenção para com as pessoas que conhecemos e com as quais convivemos, e, muitas vezes as magoamos com facilidade, porém, contraditoriamente, temos dificuldades em pedir perdão. Deixamos de elogiar, de agradecer e, incrivelmente, não esquecemos de julgar criticar. Temos muita destreza em apontar os erros alheios, mas quando os deslizes são nossos a tendência é sermos tolerantes e a citação de um antigo ditado é comum: “Errar é humano”. Esquecemos, porém, que infinitamente mais humano que errar é amar. É o amor que nos transforma de animais brutos e primitivos em seres racionais, capazes de dedicação, gentileza e perdão. É o amor que supera o instinto, que permite a celebração da vida e o luto, na hora do fim. É a capacidade de amar que permite a conservação quando a dor torna impossível mantê-la. É esse sentimento que nos cura quando estamos doentes.

O amor não exige, não sufoca. O amor brilha, atrai e ilumina. Não é um sentimento de exclusão, mas de inclusão, que tal e qual um “coração de mãe” sempre cabe mais um.

Este sentimento tão nobre, caro e raro duela dia-a-dia com o orgulho, este, sim, domina, reprime, isola e asfixia as relações. O orgulho, pai da vergonha, da superioridade e do medo é quem nos faz sentir só, mesmo quando estamos juntos.

E então, de repente a chama da vida se apaga e o peso das palavras que calamos ou que deveríamos ter calado nos envolve. Num piscar de olhos perdemos uma oportunidade de ouro para dar e receber perdão. Não percamos, nunca mais, a chance, de elogiar, de agradecer e de expressar nossos sentimentos de amor e perdão.

Ana Luiza Rabelo Spencer – Advogada (rabelospencer@ymail.com)

As opiniões contidas nos artigos são de responsabilidade dos colaboradores
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