Não deixou de ter o forte requinte da criatividade e ousadia a estratégia do PMDB ao antecipar, ainda na fase da propaganda eleitoral gratuita, portanto, antes do período eleitoral, o novo tom de um partido hoje de um verde esmaecido de tantos governismos para assumir a idéia da mudança. Quando nada – e não será pouco, convenhamos – apropriou-se de um valor que vem para nutrir aquela que hoje é a maior carência do Rio Grande do Norte empobrecido na sua capacidade de ter esperança no futuro.
É como se fosse uma releitura sutil – como há de ser a boa comunicação – de um sentimento que é muito conhecido, e é, mas nunca desaparece da condição humana: a esperança feita da convicção de que é possível mudar e construir um futuro de dias melhores. Mais: uma mudança que antes de tudo precisa ser assumida como o valor da tradição com a chancela de garantia, para que mudar não venha de novo um jogo de proselitismo numa política feita hoje de lideranças conservadoras e improdutivas.
Não é, mesmo mantida a sua ação sobre um campo verde, a mesma força simbólica daquela esperança de 1960, há meio século, quando um jovem político rasgou a mesmice e incendiou aquelas almas adormecidas pelo desânimo. Mas, quem sabe, pode restaurar em cada eleitor – dos mais jovens aos mais adultos – o ânimo de um orgulho que não morreu de todo. Mesmo que cada um possa carregar na alma e na carne uma espessa camada de indiferença depois do tanto que feriram seu bom orgulho.
A estratégia de comunicação naquilo que o marketing pode revelar e ao mesmo tempo esconder no seu jogo frestas – afinal não é de sua natureza desnudar-se por inteiro, mas trabalhar sobre o tecido fino das sensações – quer associar mudança com tradição. Não é aquela mudança que muda de nome, e mantém o método, mas mudança que assume nomes muito conhecidos e, por isso mesmo, se credencia a lançá-los como tradição e segurança, dando um basta na aventura que é apostar no desconhecido.
O que se pode por em dúvida, a essa altura que os jogadores fizeram suas apostas, é se será um caminho fácil de ser aberto no sentimento coletivo. Como um bom plantio, exige destocar o terreno, queimar as ervas daninhas e fazer a semeadura. Não importa se a semente é a mesma – a esperança. É essencial que tenha a força de uma sinceridade que nos últimos anos foi massacrada pelo descaso e a indiferença na distância fria e prepotente que a ninguém estende a palavra e o gesto em nome do bem.
Ninguém garante o sucesso de uma estratégia. Nem os seus protagonistas. E a comunicação não pertence a quem emite, mas a quem recebe suas mensagens. Ou, se empanados na forma erudita da ciência, como querem alguns, os atos retórico precisam ser mais do que apenas entendidos. Precisam ser compreendidos. E só uma força simbólica vence a velha lição da sabença popular de que às vezes é melhor ser desconhecido do que ser conhecido demais: se for o símbolo de uma boa e segura tradição.
Vicente Serejo – Jornalista e Escritor
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