TANATOLOGIA –

Segundo o dicionário, tanatologia refere-se à “teoria ou estudo cientifico sobre a morte”. Confesso que só fui conhecer essa ciência em conversas com meu amigo Juarez Chagas, que é doutor no assunto. Pego a deixa para fazer alguns comentários, meus, sobre a morte.

Para começo de conversa, não tenho medo de morrer, nem está em meus planos morrer tão cedo. É bem verdade que os meus planos não pesam muito no assunto, mas isso não me impede de fazê-los. Só acho que ela é extremamente inconveniente.

Mas, viver, tem que ser completamente; cabeça boa, reflexos bons, movimentos normais. Já disse aos meus filhos, e o fiz por escrito, para não restar dúvidas que, se me virem em cima de uma cama pendurado em milhares de máquinas, e sem esperanças, vida artificial, vegetal, mandem desligar tudo.

E aí vem uma série de especulações. Existe vida após a morte? Você vai para o céu ou o inferno? Fica no limbo? Essa coisa de rezar pela salvação da alma funciona? O que é a alma? Existe? O espírito aparece e conta coisas do passado? Afinal, o que nos espera do outro lado, se há outro lado?

Bom, para minimizar minhas preocupações com tudo isso, evito pensar ou discutir sobre elas, mas a curiosidade existe e acompanho coisas que se escrevem a respeito. Dos que acreditam em Deus, dos que são ateus, dos agnósticos, dos espíritas, ou de qualquer outra religião ou crença que se manifesta sobre o tema.

Alguns ateus asseguram que você é passageiro. Morreu, adeus. Sua missão, que era de dar a continuidade aos seus genes, se encerrou com os seus filhos. Os transmitiu, deixou de ser útil e sua vida é descartável. Visão pessimista, com a qual não concordo. Outros, com base em seus princípios religiosos, acreditam piamente numa segunda vida, ou que irão para o céu ao terminar o seu tempo na Terra, ou que voltarão em nova reencarnação, se ainda não tiverem completado sua missão por aqui.

Nessa discussão, eu estou com o Dalai Lama e não abro. Perguntado, numa entrevista, se acreditava na reencarnação, respondeu: claro, é o fundamento da minha religião. E se não existir, insistiu o entrevistador, respondeu: Aí não tem importância, já morri…

Na minha idade, a gente começa a pensar nessas coisas. Não me lembro de isso me preocupar muito quando era mais jovem (jovem continuo sendo), mas hoje penso um pouco mais nessas coisas. Nada que uma boa dose de whisky não possa resolver.

 

Dalton Mello de Andrade – Escritor, ex-secretário da Educação do RN

As opiniões contidas nos artigos/crônicas são de responsabilidade dos colaboradores
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