A SOCIEDADE E A SIMBOLOGIA –
Uma sociedade somente sobrevive se tiver a capacidade de transmitir os valores que a representam e de acordo com os quais foi construída.
É o aprendizado – no tempo presente- desses valores, que a consolida e que permite a criação de uma ponte entre o passado e o futuro que a sustenta pelos tempos à frente.
O símbolo é a abstração dos sentimentos e dos ideais materializados em um objeto. Não é a coisa em si, mas o que ela representa o que lhe está inculcada e indelevelmente ligada.
Um país, um povo, uma nação, para ter consistência histórica, vai acumulando em seus símbolos a resultante da vida dos que contribuíram para a sua existência, pois um símbolo nacional é sempre marca de virtude, coragem, determinação, persistência, responsabilidade. Enfim, é algo positivo!
Dentre todos os nossos símbolos, sobressai a bandeira nacional, repositório de nossos antepassados, dos feitos de nossos avoengos, quando, um dia tiveram o comando desta pátria que herdamos.
A bandeira, mais do que o hino, mais do que outros dísticos e escudos nacionais, possui uma materialidade assombrosa, cuja visão fala ao emocional das pessoas e, qual catalisador, revigora as energias, retempera o ânimo e estipula a sensação de pertencimento físico e espiritual de uma coletividade perene.
A bandeira de um país é emblemática, pois é a que melhor representa a egrégora, ossatura de sustentação do corpo do Estado Nacional, pois ela, a egrégora, é “o espírito da pátria”, advinda da mentalização constante, regular e intensa através das idades de amor à uma comunidade que, quando necessário, verte o seu sangue – vida do indivíduo – para preservar a honra, a liberdade e a soberania de sua terra – responsabilidade coletiva.
A bandeira, embora um tecido, não é um pano colorido qualquer. Ela transcende esta dimensão puramente física, mensurável e visível e adentra no mundo espiritual, no incomensurável, no invisível, pois mexe com as emoções e com os genes que todos nós possuímos.
A nossa Bandeira do Brasil foi amada e idolatrada pelos bravos que defenderam a nação não só nos campos de batalha das fronteiras brasileiras, e nas guerras da Independência, do Paraguai e nas gélidas montanhas da Itália, mas também no trabalho diário e anônimo de todos os brasileiros.
Fazer pouco da Bandeira do Brasil, esquecer de honrá-la em seu dia, é a melhor e mais rápida maneira de destruir os valores de uma Nação, de extirpar o que de bom existe no País, de tripudiar sobre todos aqueles que morreram em sua defesa e sobre as lágrimas de suas mães, esposas e filhos.
Walner Barros Spencer – Escritor e pesquisador
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