SOBRE O MEU ÚLTIMO LIVRO – Adauto José de Carvalho Filho

SOBRE O MEU ÚLTIMO LIVRO –
É natural fugirmos da realidade e dourarmos os momentos que a vida nos impõe, como se essa fuga bastasse para afastar as imagens que se quer macular. Viver superficialmente é a prática mais comum ao ser humano.
O “ver” bonito é mais pragmático ao primeiro momento, mas tudo o que nos acontece tem causas e consequências e é natural que seja assim. É a oportunidade de aprendizado que a própria vida oferece incessantemente.
É missão do ser humano agregar valor à vida e vivê-la com plenitude os bons e os maus momentos, assim você se aprimora continuamente. O mundo se desenvolve, a riqueza se multiplica, as informações oferecem oportunidades de novos conhecimentos à disposição, a tecnologia encurta distâncias, mas o homem, inexplicavelmente, permanece preso ao primitivismo de si mesmo.
Primitivismo?
Sim. O primitivismo do homem e seus paradoxos. Hoje existem explicações para tudo. Certas ou erradas, condicionadas ou não, estão presentes e permanecem à disposição do homem, mas as primitivas ações e atitudes o acompanham e se conflitam: o medo e a coragem, a solidão, a fraqueza, a ansiedade, a indecisão entre tantos sentimentos alojados em seu âmago.
Viver é uma catarse. É um processo para o aprimoramento do ser humano. É um voo nos limites do humanismo. E voar não é próprio do homem, mas dos sentimentos. Ao se negar a aprender e a enfrentar o complexo mundo dos sentimentos e emoções, queda-se ao primitivismo. A vida se inicia e se transforma em um complexo círculo onde o homem é a peça a ser transformada, a ser centrado e o centro está em toda parte nos tortuosos caminhos para a eternidade.
O meu último livro, Último Embarque, busca oferecer um olhar para essa complexidade que é a existência humana e as reflexões que dela se extrai. Na mesma linha literária dos livros anteriores: Quarto de Hotel e Recomeço, onde este autor utiliza-se dos fatos simples do cotidiano para formular essas reflexões e abstrações para que o leitor encontre o sentido e a conotação do que seja a vida e que aperfeiçoe suas próprias concepções na diversidade de momentos vividos intensamente.
Assim, o homem segue em sua dualidade e ainda confunde os limites do bem e do mal, da moral e da ética, de vida e viver. Nesse sentido, Winston Churchill, estadista inglês, foi pedagógico ao nos ensinar “vivemos com o que recebemos, mas marcamos a vida com o que damos”.
Lamentavelmente, o homem ainda não aprendeu que o sentido da vida não é a duração, mas a doação. Essa é a realidade do ser humano, que se busca social, mas se aprimora com a solidão.

Adauto José de Carvalho Filho – AFRFB aposentado, Pedagogo, Contador, Bacharel em Direito, Consultor de Empresas, Escritor e Poeta.

As opiniões contidas nos artigos são de responsabilidade dos colaboradores
Ponto de Vista

Recent Posts

COTAÇÕES DO DIA

DÓLAR COMERCIAL: R$ 5,2970 DÓLAR TURISMO: R$ 5,5030 EURO: R$ 6,1830 LIBRA: R$ 7,0830 PESO…

17 horas ago

Rodoanel é liberado após acidente com 5 carretas bloquear faixas na região de Embu das Artes

O Rodoanel foi liberado após um acidente envolvendo cinco carretas na manhã desta quinta-feira (4) provocar o bloqueio…

17 horas ago

CNU 2025: prova discursiva terá redação e questões; veja como funciona cada modelo

A prova discursiva da segunda edição do Concurso Nacional Unificado, aplicada neste domingo (7), é uma…

17 horas ago

PIB brasileiro fica estável e cresce 0,1% no 3º trimestre, diz IBGE

O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil variou 0,1% no terceiro trimestre de 2025, informou o…

17 horas ago

‘Choques e queima de equipamentos’: Maternidade é parcialmente esvaziada em Natal por causa de problemas elétricos

Pacientes da Maternidade Escola Januário Cicco, ligada à Universidade Federal do Rio Grande do Norte,…

17 horas ago

Lula abre reunião do Conselhão, que deve fazer balanço do grupo na COP 30 e discutir rumos da economia

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) abriu, nesta quinta-feira (4), a 6ª plenária…

17 horas ago

This website uses cookies.