SCRUB – Bárbara Seabra

SCRUB –

Talvez alguns não estejam familiarizados com essa palavra. SCRUB é o apelido charmoso do pijama cirúrgico, aquele conjuntinho de calça e blusa usado em ambiente hospitalar.

Substituto dos jalecos,  aquelas batas tradicionais que foram ganhando um lugar diferente entre cores, substituição dos botões pelo zíper, com cintos e fivelas estilo cantor sertanejo. Sim, os jalecos hoje merecem até uma cerimônia nos cursos da saúde. Nos primeiros semestres do curso, quando os acadêmicos ainda não viram pacientes, usam seus jalecos com respeito e orgulho, os quais lhe são entregues pelos pais ou namorados ou cônjuges, cheios de admiração.

Aí, os scrubs, azuis ou verdes, usados por médicos em centros cirúrgicos (assistam Grey’s anatomy) foram percebidos como uma possibilidade de inovar. Muitos da área da saúde que trabalham em clínicas e hospitais decidiram substituir seus jalecos insossos por pijamas estilosos. De tons pastéis ou escuros, com nomes bordados no lado esquerdo do peito (dando orgulho a Milton Nascimento!) e até, pasme!, com mangas bufantes, eles dominaram o mercado.

Porém…

Sim, há um porém! Eles deveriam ser restritos ao ambiente hospitalar. Não sairiam dali, para evitar contaminação! Qualquer estudante de graduação de curso da saúde recebe uma aula de biossegurança, onde se explica que há risco de contaminação cruzada, que os EPIs (equipamentos de proteção individual) devem ser usados com cuidado. Serem substituídos, quando descartáveis, para cada paciente. Serem lavados separadamente da roupa comum de casa. Etc etc etc.

Por isso, ao irmos a shoppings ou restaurantes fico INDIGNADA ao ver profissionais passeando de SCRUB antes ou após seus plantões. Ou estão levando bactérias para o hospital ou estão trazendo bactérias do hospital para estes ambientes.

Qualquer uma das opções é absurda!

Por isso, ao comprar seus pijaminhas, quer sejam de ursinhos ou personagens da Disney – para lidar com crianças -, seja de cores tradicionais e até mesmo escuros, onde não vemos a sujeira (portanto, devia ser repensado seu uso) lembre para que eles servem e mantenham em seus devidos lugares.

Agora… a manga bufante até hoje não entendi o motivo. Porque nem na moda isso está. Ou está e não sei?

 

 

 

Bárbara Seabra – Cirurgiã-dentista, autora de “O diário de uma gordinha” e Escritora

As opiniões contidas nos artigos/crônicas são de responsabilidade dos colaboradores
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