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RN registrou mais de 8 mil afastamentos do trabalho por questões de saúde mental em 2024

O Rio Grande do Norte teve mais de 8 mil afastamentos do trabalho em 2024 por questões relacionadas à saúde mental, como ansiedade e depressão, entre outras. Os dados são do Ministério da Previdência Social.

Um levantamento exclusivo do g1 aponta que o país teve, em 2024, o maior número de afastamentos por saúde mental em 10 anos – quase meio milhão. Somente em relação a 2023, o crescimento foi de 68%.

Ao todo, o governo federal registrou 8.043 afastamentos no Rio Grande do Norte, no ano passado. Do total, mais de 2,5 mil foram por ansiedade e mais de 1,5 mil por depressão.

O número é completado por transtorno bipolar, esquizofrenia, vícios em drogas e álcool, entre outros.

No Nordeste, o estado é o quarto com maior número de afastamentos, superando Paraíba (7.512), Maranhão (3.997), Sergipe (3.653), Piauí (3.238) e Alagoas (2.736).

Os maiores números de afastamento na região foram na Bahia (14.065), seguida do Ceará (12.202) e Pernambuco (11.410).

Os dados contabilizam afastamentos e não, necessariamente, o número de trabalhadores que receberam o benefício previdenciário, visto que uma pessoa pode se afastar mais de uma vez e voltar a entrar na conta.

➡️ O benefício é concedido pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) quando o trabalhador precisa se afastar por mais de 15 dias. Para isso, é preciso passar por uma perícia médica, na qual é declarada qual doença justifica a licença.

Concessão de afastamentos em 2024 no RN relacionadas à saúde mental

Doença Número de concessões
Ansiedade 2.525
Depressão 1.585
Depressão recorrente 1.272
Transtorno bipolar 1.174
Esquizofrenia 461
Reações ao “stress” grave e transtornos de adaptação 446
Vício em drogas 194
Transtornos esquizoafetivos 188
Alcoolismo 131
Transtorno Obsessivo-Compulsivo 67

➡️ E o que explica o recorde de afastamentos em 2024? Os transtornos mentais são multifatoriais e não há uma explicação única para o que está acontecendo. De acordo com psiquiatras e psicólogos ouvidos pelo g1, a situação pode ser reflexo, entre outros pontos, da situação do mercado de trabalho e das cicatrizes da pandemia, como:

  • O luto pós pandemia, que causou mais de 700 mil mortes.
  • Estresse emocional após a crise, com anos de isolamento.
  • Insegurança financeira com o aumento do custo de vida. De 2020 até 2024, o preço dos alimentos subiu 55%.
  • Aumento da informalidade;
  • E o fim de ciclos. Na pandemia, por exemplo, houve um aumento de 16% nas separações.

 

“A vida voltou ao ‘normal’, mas de uma forma diferente. Foram mudanças abruptas, em meio a um cenário de estresse em que as pessoas não sabiam nem se iam sobreviver. Foi preciso sair do modo ‘emergência’ para perceber a repercussão disso”, explica o psiquiatra Arthur Danila.

A crise fez que o governo federal buscasse medidas mais duras. O Ministério do Trabalho anunciou a atualização da NR-1, que é a norma com as diretrizes sobre saúde no ambiente do trabalho. Agora, o tema passa a ser fiscalizado nas empresas e pode, inclusive, render multa.

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