REVISITANDO O VELHO CHICO –
É curioso como as belezas mais próximas de nós, costumam passar despercebidas e por serem acessíveis, chegam a se tornar invisíveis aos nossos olhos.
Recentemente retornei a navegar no baixo São Francisco, revisitando terras onde ancestrais de minha esposa, fincaram raízes e emprestaram suor para fortalecer sua fertilidade, dali retirando o sustento familiar, e também permitindo-me ser conduzido por um gigante que carrega em suas curvas e correntezas, histórias de um Brasil profundo.
Tudo começa no atracadouro das fazendas “Mu Silva” e “Paraíso”, onde o curso d’água oferece convite ao deslumbre, com margens que parecem bordadas pela natureza, o silêncio se mistura ao murmúrio das corredeiras, e a vegetação abraça o rio como se quisesse protegê-lo.
Quando surge no horizonte o povoado Potengi, com casinhas delicadas e coloridas, projetando suas imagens nas águas, como se fossem sorrisos voltados ao céu, o encantamento atinge o coração, enquanto ao fundo o toque esverdeado dos coqueirais, completa a pintura, conferindo ao cenário a serenidade proporcionada pela criatividade de Deus.
A cada remanso, o Velho Chico revela segredos que só ele guarda, numa sinfonia de reflexos, até pousar os olhos na “Ilha da Negra”, onde a harmonia entre o homem e a natureza ganha forma, criando sombras que dançam na superfície e conferem ao cenário mistério irresistível., a medida que a correnteza exibe sua força mansa, serpenteando com graça por entre histórias e lendas guardadas em cada detalhe.
Com o avanço da embarcação, surgem as dunas do Peba, como guardiãs de nova paisagem, moldadas pelo vento e banhadas pela luz do sol, anunciando a chegada ao Atlântico. Ali, as águas doces do Velho Chico conectam com beijos salgados do oceano, num enlace que mistura destinos, sabores e eternidades.
Esse percurso é mais que uma jornada geográfica; é um encontro com a essência familiar, onde o rio e seus canais, fazendas, coqueirais, povoados e o oceano se unem para resgatar narrativas que pulsam em cada gota doce ou salgada, grão de areia, e na brisa que sopra.
Essas belezas, tão nossas, ensinam que nem sempre precisamos buscar o deslumbramento distante. Basta uma pausa, para contemplar e perceber que a vida nos presenteia com pequenos milagres todos os dias.
Alberto Rostand Lanverly – Presidente da Academia Alagoana de Letras
DÓLAR COMERCIAL: R$ 5,2970 DÓLAR TURISMO: R$ 5,5030 EURO: R$ 6,1830 LIBRA: R$ 7,0830 PESO…
O Rodoanel foi liberado após um acidente envolvendo cinco carretas na manhã desta quinta-feira (4) provocar o bloqueio…
A prova discursiva da segunda edição do Concurso Nacional Unificado, aplicada neste domingo (7), é uma…
O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil variou 0,1% no terceiro trimestre de 2025, informou o…
Pacientes da Maternidade Escola Januário Cicco, ligada à Universidade Federal do Rio Grande do Norte,…
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) abriu, nesta quinta-feira (4), a 6ª plenária…
This website uses cookies.