Categories: Blog

Recesso informal: o que significa a folga do Congresso e como isso afeta o governo

Deputados e senadores entraram em recesso parlamentar — o que, na prática, significa uma folga das funções em Brasília.

Oficialmente, a paralisação dos trabalhados começaria nesta terça-feira (18), mas como não houve análise da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), os parlamentares se afastaram das atividades informalmente.

A cada ano, a Constituição prevê um período de trabalho para o Congresso Nacional, que vai de 2 de fevereiro a 17 de julho e de 1º de agosto a 22 de dezembro. Isso significa que, com exceção dessas datas, os parlamentares estão em recesso.

 Para entender: o recesso parlamentar representa um período no qual não há sessões para análise de projetos. Com a paralisação, deputados e senadores podem ficar em suas bases eleitorais. Há, contudo, uma exigência para que esse recesso seja formalizado. Senado e Câmara precisam votar — em uma sessão conjunta — o projeto da LDO, enviado pelo governo como guia para a elaboração do Orçamento para o próximo ano.

Qual é a regra?

A Constituição estabelece que, anualmente, o Congresso se reunirá entre 2 de fevereiro e 17 de julho e entre 1º de agosto e 22 de dezembro.

Também prevê que a sessão legislativa — equivalente a um ano de trabalho no Congresso — “não será interrompida sem a aprovação do projeto de lei de diretrizes orçamentárias [LDO]”.

Apesar disso, é comum que os parlamentares não cheguem a um acordo sobre a LDO antes do dia 18 de julho.

Por que a LDO ainda não foi votada?

Neste ano, por exemplo, os parlamentares afirmam que, para a elaboração da LDO, seria necessário ter concluído a votação do novo marco fiscal a tempo.

Aprovado pela Câmara, o texto sofreu mudanças durante a análise do Senado. Por isso, ainda precisa passar por mais uma análise dos deputados.

O novo marco fiscal vai substituir o teto de gastos, atualmente em vigor, e mudará a lógica de crescimento de despesas públicas. Se aprovado, os gastos vão crescer de acordo com o aumento da receita.

O que é recesso informal?

Como não houve votação da LDO, deputados e senadores entraram no chamado recesso informal — período em que os presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), decidem não convocar sessões.

No caso da Câmara, o recesso foi ainda mais antecipado, já que a última sessão plenária aconteceu no último dia 7 — data em que os deputados concluíram a votação da reforma tributária e do projeto que favorece o governo em julgamentos no Conselho de Administração de Recursos Fiscais (Carf).

Qual a diferença entre recesso informal e oficial?

Há uma diferença fundamental entre o recesso oficial — previsto na Constituição — e o recesso informal.

Quando não há formalização desta folga parlamentar, os prazos regimentais de propostas que tramitam no Congresso continuam a correr.

Por exemplo, as medidas provisórias, utilizadas pelo governo para elaborar leis, têm validade de 120 dias e precisam ser aprovadas pelo Congresso neste período. Quando o recesso é oficial, esta contagem é interrompida durante o período no qual os trabalhos estarão paralisados (de 18 a 31 de julho).

Como pode afetar o governo?

O recesso informal, portanto, traz uma desvantagem para o Executivo: os prazos das MPs continuam a correr, mesmo em um momento no qual os parlamentares não votarão as propostas.

Na prática, o governo terá menos tempo para negociar projetos de seu interesse.

Como Câmara e Senado ainda divergem sobre o modelo de tramitação das medidas provisórias, o prazo encurtado de negociações pode dificultar a articulação de MPs que ainda não avançaram no Congresso — como a que amplia a faixa de isenção do imposto de renda, por exemplo.

Outras propostas podem ser afetadas?

Algumas propostas tramitam no Congresso com base na contagem de sessões do plenário — e não em dias corridos, como as medidas provisórias.

Por exemplo, as comissões especiais que analisam Propostas de Emenda à Constituição (PECs) têm um prazo de 10 a 40 sessões plenárias para votar o relatório final.

Os prazos referentes a sessões de plenário só voltam a ser contados quando o recesso — informal ou não — é interrompido, e as sessões são retomadas. Na prática, portanto, não são afetados.

Fonte: G1

Ponto de Vista

Recent Posts

COTAÇÕES DO DIA

DÓLAR COMERCIAL: R$ 5,2970 DÓLAR TURISMO: R$ 5,5030 EURO: R$ 6,1830 LIBRA: R$ 7,0830 PESO…

23 horas ago

Rodoanel é liberado após acidente com 5 carretas bloquear faixas na região de Embu das Artes

O Rodoanel foi liberado após um acidente envolvendo cinco carretas na manhã desta quinta-feira (4) provocar o bloqueio…

23 horas ago

CNU 2025: prova discursiva terá redação e questões; veja como funciona cada modelo

A prova discursiva da segunda edição do Concurso Nacional Unificado, aplicada neste domingo (7), é uma…

23 horas ago

PIB brasileiro fica estável e cresce 0,1% no 3º trimestre, diz IBGE

O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil variou 0,1% no terceiro trimestre de 2025, informou o…

23 horas ago

‘Choques e queima de equipamentos’: Maternidade é parcialmente esvaziada em Natal por causa de problemas elétricos

Pacientes da Maternidade Escola Januário Cicco, ligada à Universidade Federal do Rio Grande do Norte,…

23 horas ago

Lula abre reunião do Conselhão, que deve fazer balanço do grupo na COP 30 e discutir rumos da economia

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) abriu, nesta quinta-feira (4), a 6ª plenária…

23 horas ago

This website uses cookies.