QUANDO O AMOR FALA MAIS ALTO – Keillha Israely

QUANDO O AMOR FALA MAIS ALTO –

A jornada contra o câncer é longa e cheia de desafios. As famílias a partir do momento do diagnóstico enfrentam diversas mudanças e dificuldades das mais diversas, no âmbito econômico, social e emocional.

Quando chegam à Casa de Apoio Durval Paiva, o primeiro acolhimento é realizado pelo Serviço Social.  Nesse momento, realizamos escuta qualificada e apresentamos os serviços da instituição. Na maioria das vezes, nos deparamos com o medo, a angústia e a negação. No entanto, é nesse contexto que apreendemos as diversas demandas que essa família nos traz, e assim, realizamos os devidos encaminhamentos.

Uma questão que nos chama atenção constantemente é a demonstração de amor e, muitas vezes, de negação individual que algumas mães fazem pelos filhos. Pois, após o diagnóstico do câncer, a vida dessas mulheres muda completamente, passam a enfrentar consultas, exames, longos períodos de internamento nos hospitais, presenciam os filhos passarem por procedimentos médicos, injeções, e dor. Podemos dizer que elas sentem ‘na pele’ a impotência diante do sofrimento dos filhos.

E o processo acaba sendo mais desgastante, pois a grande maioria dessas mulheres deixam suas casas, outros filhos e seus maridos para acompanharem o filho durante o tratamento, em busca da cura e, por vezes, esquecem dos desejos, vontades, necessidades de mulher.

Trata-se de uma demonstração de amor. Porém, de uma demanda peculiar, onde precisamos intervir no sentido de afirmar e enfatizar que essas mulheres são mães, no entanto, também, são sujeitos de direitos, que necessitam ser atendidas e entendidas como um todo. Nesse sentido, enfatizamos que não só o paciente necessita de atenção e suporte multidisciplinar, mas toda a família, pois o contexto que vivenciam afeta diretamente a todos que compõe o núcleo familiar.

São demandas que chegam como um desafio cotidiano, pois lidamos com as mais diversas expressões da questão social e nossa meta é garantir os direitos para que o paciente e sua família tenham condições dignas para um tratamento de qualidade em busca da cura.

 

Keillha IsraelyAssistente Social da Casa Durval Paiva, CRESS/RN 3592

As opiniões contidas nos artigos são de responsabilidade dos colaboradores
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