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Professor do RN utiliza celular como recurso em aulas e ganha atenção de alunos

O uso excessivo de celulares pelos alunos em sala de aula é visto atualmente como um desafio na educação para boa parte dos profissionais. Em meio à necessidade de controlar esse recurso tecnológico, um professor de Mossoró, região Oeste potiguar, resolveu agregar o aparelho à aula ao invés de combatê-lo.

Aryon Charlon Diniz Soares, de 30 anos, que dá aulas de geografia no Serviço Social da Indústria (SESI), criou em 2017 o projeto interdisciplinar Geotecnologias, que visa utilizar esses recursos tecnológicos, como celulares, tablets e computadores, como meios para transmitir o conteúdo. O projeto tem trabalhado na construção de aplicativos e neste ano passou a usar também os games como método de aprendizagem.

“Facilitou muito meu trabalho em sala de aula, porque sempre foi um desafio, e ainda é, na educação básica, conciliar tecnologia e ciência, principalmente nessa faixa etária entre 15 e 17 anos, no ensino médio. Os alunos estão muito engajados com a tecnologia e como ela é muito presente no dia deles – o smartphone, tablets, notebooks, videogames -, se a gente não se aproximar e não buscar uma cessão dessas tecnologias para o meio educacional, cada vez o aluno se sente mais distante em termos de interesse na educação”, apontou o professor.

O projeto consegue ainda aliar outras disciplinas, além da geografia, o que promove um ensino integrado. “Os alunos procuram auxílio para programação, seja com o professor de matemática, de física ou de robótica”, reforça Aryon.

O professor explica também que trabalha para que os produtos originados desse projeto tenham um contexto local ou regional, que aproximem da realidade dos jovens envolvidos. “Sempre peço para eles repensarem o contexto local, regional, nacional, pra dar uma ênfase a uma temática específica, dentro desse aplicativo que eles estão desenvolvendo. Na maioria esmagadora das vezes, eu peço pra eles desenvolverem alguma temática de cunho social ou ambiental”, diz.

Um dos aplicativos desenvolvidos pelo projeto foi o “Save Women”, que visa ajudar mulheres em risco ou que passem por algum tipo de violência. No aplicativo, os alunos inseriram o mapa de Mossoró destacando os hospitais e as delegacias, além de criarem um espaço para depoimentos e mensagens de empoderamento. Também há um informativo para apontar as formas de violência que podem ser sofridas, como sexual, física ou verbal.

“Quando o projeto surgiu, minha intenção foi tentar trazer a tecnologia para sala de aula e fazer um processo educacional com uma relação indissociável entre tecnologia e educação”, explicou o professor. Mais do que a criação de aplicativos, Aryon Soares diz que hoje tenta usar “outras formas de trazer também meios tecnológicos para o nível educacional, para a sala de aula como um todo”. Segundo ele, isso facilita o “processo de ensino enquanto professor e também fica mais prazeroso para eles (os alunos), que aprendem de forma mais interativa, mais dinâmica e de forma menos enfadonha”.

Uso dos jogos

O uso de tecnologias vai além apenas da criação de aplicativos. Atualmente, o professor trabalha no programa de Geotecnologias com um projeto chamado “Minecraft Education”, em que usa o jogo Minecraft, um dos mais populares do mundo, como base para o ensino.

Nesse projeto, os alunos precisam produzir cenários específicos, baseados em estudos na sala de aula, como forma de abordar uma conjectura ou um conteúdo específico da disciplina. “Por exemplo, uma questão sobre refugiados, que trata de migrações internacionais. Eu peço para eles criarem dois mundos no jogo, um mundo anterior, do local de origem dos refugiados, sejam venezuelanos, haitianos, sírios, e como eles se encontram aqui hoje no Brasil ou em outro país de destino”, explica.

O objetivo, tanto no uso de aplicativos, quanto de jogos, é poder fazer o adolescente se sentir mais atraído pelo conteúdo. “Eles podem associar esse conhecimento com essas tecnologias que estão disponíveis para eles. Seja através do processo de ‘gamificação’, seja por outras plataformas e aplicativos que possam auxiliar em sala de aula. Ou até eles podem desenvolver do zero, como eles fizeram com os aplicativos de cunho ambiental e social”, conta.

O objetivo do professor com o projeto é que o celular, o computador e outros recursos tecnológicos se tornem aliados na educação. Ele explica que a evolução do interesse e do aprendizado desses alunos também serve como uma forma de romper “esse discurso repetitivo das escolas em afirmar que esses meios tecnológicos, principalmente os portáteis, os smartphones, são problemas, são empecilhos nas escolas do século XXI”.

Fonte: G1RN

Ponto de Vista

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