Jaécio Carlos*

Assisti recentemente o filme Homem de Honra, contando a historia do marinheiro negro, americano, Carl Brashear, muito bem interpretado por Cuba Gooding. O filme mostra uma realidade onde os brancos mandam, principalmente na marinha, não só a americana, mas a brasileira também. Um negro pra chegar a postos superiores encontra muitas dificuldades, rejeições e preconceitos de todas as formas.

No Brasil negro para ter acesso a universidades, empregos, publicidade, escolas, precisa de uma Lei que obrigue seu ingresso em pelo menos 30% desses opções. A maioria se destaca como jogador de futebol e cantor. São raros os que chegam aonde chegou o competente juiz Joaquim Barbosa, aquele que botou mensaleiros e quadrilheiros na cadeia. Um grande exemplo. Saiu de cena, com o preconceito vencendo.

Em  shopings, principalmente, você não encontra negros trabalhando em lojas, lanchonetes, segurança. Eles são deslocados para  serviços de limpeza e ouros menos importantes. Não que limpeza não seja importante, mas é o preconceito que os indica para essa mão-de-obra inferior.

Padres, pastores, comandantes, pessoas que assumem cargos importantes na sociedade são brancas, em sua grande maioria. Os negros e derivados, como mulatas e morenos, não tem muita vez nessa seara. “Todos são iguais perante a lei”. Essa é uma grande mentira que, na prática, a gente vê todo dia. A aparência importa muito e a mídia explora isso com muita propriedade.

Fiz, tempos atrás, nma campanha publicitária e escolhi um casal de negros lindos para participar. A campanha foi aprovada, desde que colocássemos um casal de brancos, de preferência loiros. Não adiantou argumentar. Tive que trocar o casal e não consegui explicar o porque da substituição. Paguei dois cachês,mas so recebi um. Nem adiantou dizer que poderia enquadrar o dono da empresa na lei Afonso Arinos. “Ou troca ou está cancelado o contrato”. Falou arrogantemente o poderoso empresário. Obedeci, constrangido, mas tive que substituir o casal.  Depois e arrependi, mas já era tarde.

Como diz o poeta: “a humanidade é perfeita, o que estraga é o povo”.  E não adianta pregações de que somos iguais. Faz parte da natureza de cada um de nós, ser preconceituoso. Ovi muitas vezes pessoas dizerem “Pelé é um negro de alma branca”. Quando as coisas não andam bem, a gente fala que “a coisa ta preta”, e por aí vai, Iremos mudar esse estado de comportamento, quando? Nunca. Casos de bulling se repetem em escolas, empresas, em público e o jeito é conviver com essas desigualdades ainda por muito tempo.

As empresas de RH (Recursos Humanos) não mandam para as empresas pessoas negras. Mesmo que elas saibam que devem manter a proporção de 30% de negros no mercado de trabalho. Mas quem irá fiscaliza? O Ministério do Trabalho? Só se houver denúncia. Mas quem há de?

*Jaécio Carlos – Publicitário e palestrante

 

Ponto de Vista

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