O OUTRO –
Os novos comandantes do Congresso acabaram de assinar um documento em público, dizendo que irão trabalhar juntos. Confirmaram que o combate à pandemia será a prioridade. Uma postura que distancia o Legislativo da clássica omissão que o Executivo tem demonstrado em torno do tema. Também afirmaram da prioridade sobre algum tipo de auxílio econômico emergencial aos mais pobres neste repique da pandemia. Será tudo verdade? Conflitos à vista? Ou meras contradições tão comuns ultimamente na cena política?
De fato, o Brasil que se acompanha pelo cotidiano recente da política, é o país que tem a cara de Brás Cubas e do alferes Jacobina, ambos personagens de Machado (respectivamente, no livro MEMÓRIAS PÓSTUMAS e no conto O ESPELHO). Num resumo nu e cru: o Brasil é sempre o outro.
De fato, o que se diz hoje, é desmentido amanhã. Defende-se a vacinação durante uma entrevista no dia. Mas, numa comunicação noturna, defende-se o tratamento precoce porque o ideário que prevalece é o do “anti-vacina”.
Num dia, a pandemia é conversa de conspiracionista porque se trata de uma gripezinha passageira. No outro, será preciso importar vacina da Índia e daí fazer fotos do lado do cargueiro. Em plena pista do aeroporto e sob a trilha sonora das turbinas de variadas aeronaves em cena aberta.
Vale também se fazer um discurso de posse conciliatório na Câmara, dizendo que a cadeira maior daquela casa não é trono. Só que, logo em seguida, ao sentar-se na mesma, revogam-se quaisquer acordos.
Nessa mesma posse, foi dito que a pandemia e as vacinas seriam prioridades. Fez-se até um minuto de silêncio pelas vítimas, que, aliás, não durou esse mínimo tempo. No entanto, saiu-se desse ambiente protocolar para outro. Algo bem festivo, onde todos presentes, sem máscaras e as devidas prudências, brincavam como se o mundo fosse outro.
Na realidade, OUTRO mesmo é esse Brasil que ainda resiste à crudelíssima realidade machadiana. O tempo parece não ter passado. Afinal, a terra não gira, né?
Se o CONTRADITÓRIO das ideias não resiste aos mínimos princípios democráticos, a DEMOCRACIA do poder se farta ao máximo nas suas CONTRADIÇÕES.
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Alfredo Bertini – Economista, professor e pesquisador, ex-presidente da Fundação Joaquim Nabuco
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