O coronel Emerson Massera, chefe de comunicação da Polícia Militar do Estado de São Paulo, afirmou à TV Globo nessa segunda-feira (7) que o agente que atirou na cabeça e matou o marceneiro Guilherme Dias Santos Ferreira em Parelheiros, na Zona Sul da capital, cometeu um “erro de avaliação”.
Guilherme foi assassinado na sexta-feira (4) com um tiro na cabeça disparado pelo policial militar Fábio Anderson Pereira de Almeida, enquanto corria para pegar o ônibus de volta para casa. A vítima marcou o ponto no trabalho menos de 10 minutos antes de ser atingida. O PM reagiu a uma tentativa de assalto, mas o marceneiro não estava envolvido no crime.
“Vamos analisar todas as circunstâncias dessa ocorrência com o objetivo de fazer justiça, mas também temos que considerar que o policial inicia essa ocorrência como vítima.”
Segundo o protocolo da PM, o policial pode reagir para se defender e proteger terceiros em um assalto, mas deve agir com cautela para evitar danos colaterais e mortes injustificadas. A investigação quer entender por que o agente entendeu que Guilherme poderia atentar contra a vida dele.
No boletim de ocorrência, o PM alegou que teria confundido Guilherme com um assaltante. Agente do 12° Batalhão de Polícia Militar Metropolitano, Fábio chegou a ser preso em flagrante por homicídio culposo após o crime, mas pagou fiança de R$ 6,5 mil e foi liberado.
O policial militar foi afastado do serviço operacional. Procurada, a defesa dele disse que não vai se manifestar no momento e irá aguardar o andamento das investigações.
Na mochila, Guilherme carregava apenas um livro, a marmita, talheres e a roupa de trabalho. A viúva dele, Sthephanie dos Santos Ferreira Dias, afirma que o marido foi assassinado a “sangue-frio” e pelas costas por ser negro.
No boletim de ocorrência, o PM, que estava de folga, afirmou que pilotava uma moto pela Estrada Ecoturística de Parelheiros quando foi abordado por suspeitos armados que tentaram roubar sua moto. Ele reagiu com disparos e, durante a confusão, Guilherme foi baleado e morreu no local.
Há quase três anos, Guilherme era funcionário de uma fábrica de camas e baús. Ele estava no segundo dia de trabalho após retornar das férias. Segundo a família, ele fazia diariamente o trajeto em que foi assassinado.
Pouco antes do crime, ele avisou a esposa que já estava indo embora. “Deu 22h e eu dormi, e do nada acordei às 2h. Olhei meu WhatsApp e tinha mensagem dele: ‘Estou indo embora’. Às 22h38. [Eram] duas e meia da manhã e ele não tinha chegado. Ele nunca foi de chegar tarde em casa, sempre chegou no horário. Se ocorresse alguma coisa, ele me avisava”, disse.
Testemunhas e colegas de trabalho afirmam que a vítima saiu do trabalho às 22h28 — cerca de sete minutos antes do crime, ocorrido às 22h35. Um funcionário da empresa onde ele trabalhava apresentou imagens com registro do ponto eletrônico que confirmam o horário de saída.
O próprio Guilherme havia publicado no status do WhatsApp uma foto do relógio de ponto à saída do trabalho.
Homem de Deus, bom filho, bom esposo e trabalhador. Essa é a memória e o legado deixado por Guilherme, segundo a família.
“Nunca se envolveu com nada, era do serviço para casa, da casa para a igreja e da igreja para o serviço. Era sempre assim, estava na casa dos pais ou em casa. Ele não é isso o que o povo está falando”, desabafou a esposa.
Guilherme e Sthephanie estavam juntos havia um ano e 11 meses e também tinham o sonho de ter filhos. “O sonho dele era ser pai. A gente estava fazendo tratamento para poder gerar um filho”, contou a mulher.
O casal também tinha como plano reformar a casa e viajar em agosto para comemorar dois anos de casados. “Ele estava pagando o carro dele, tirando a carteira de motorista e ia começar as aulas práticas. Também estava pretendendo conseguir um emprego melhor para sair mais cedo e receber melhor.”
Na versão atualizada do BO, amigos de Guilherme apresentaram à Polícia Civil indícios de que ele estava saindo do trabalho na hora da ocorrência, ele deixou de ser classificado como “envolvido” e passou a ser considerado “vítima”.
A Polícia Civil afirma que, com base nas provas iniciais, “Guilherme não seria um dos criminosos e se aproximava com relativa pressa para se dirigir ao ponto de ônibus, situado cerca de 50 metros do local onde foi atingido”.
O BO tambéminforma que o PM “provavelmente acreditou que se tratava de um dos criminosos que o haviam abordado” e que o policial deve ter agido por erro de “percepção”, o que afasta a hipótese de legítima defesa. Por isso, foi autuado por homicídio culposo, quando não há intenção de matar. A arma usada — uma pistola Glock calibre .40 pertencente à Polícia Militar — foi apreendida.
A investigação segue com apoio da perícia técnica, que vai analisar os estojos de munição recolhidos no local e demais evidências.
Em nota, a Secretaria da Segurança Pública informou que “um policial militar de 35 anos foi preso em flagrante na noite de sexta-feira (4) após atirar e matar um homem de 26 anos na Estrada Ecoturística de Parelheiros, na Zona Sul de São Paulo. O PM reagiu a uma tentativa de roubo praticada por um grupo de motociclistas efetuando disparos para dispersar os suspeitos. Na sequência, ainda no local, o policial viu um homem se aproximando e atirou novamente. O homem, no entanto, não tinha relação com a ocorrência”.
Fonte: G1
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