A disputa pelo controle da Warner Bros. Discovery ganhou um novo capítulo nesta segunda-feira (8). A Paramount Skydance fez uma oferta hostil de US$ 108,4 bilhões para assumir a empresa, elevando a pressão sobre um cenário já agitado desde a semana passada, quando a Netflix anunciou um acordo de mais de US$ 70 bilhões para comprá-la.
A investida amplia a disputa e reacende a pressão sobre as negociações, que já movimentavam Hollywood, reguladores e até o presidente dos Estados Unidos desde o anúncio do acordo da Netflix.
Além disso, a ofensiva também marca a escalada de uma série de tentativas frustradas da Paramount para assumir o controle da Warner nos últimos meses.
Desde setembro, o estúdio apresentou várias propostas para formar um novo conglomerado de mídia capaz de competir com gigantes como a própria Netflix e empresas de tecnologia como Apple, que já avançam no setor de entretenimento. Todas essas ofertas foram rejeitadas.
Mesmo que a proposta atraia os acionistas, o caminho não será fácil. A oferta deve ser analisada de perto pelos órgãos antitruste, que avaliam se fusões desse porte podem comprometer a concorrência no mercado.
A reação da Paramount acontece apenas três dias depois do anúncio que movimentou o setor. Na sexta-feira (5), a Netflix saiu vitoriosa de uma guerra de lances que envolveu, além da Paramount, a Comcast.
O acordo — avaliado em US$ 72 bilhões apenas pelos ativos de TV, cinema e streaming da Warner — foi recebido com choque por executivos de Hollywood, sindicatos, cineastas e reguladores nos EUA e na Europa.
A aquisição daria à Netflix um catálogo imenso, incluindo marcas globais como HBO, Warner Bros. Pictures, CNN e Discovery. Para críticos, a união representaria um nível de concentração sem precedentes no entretenimento.
Sindicatos alertaram para risco de demissões em massa e redução de salários. Concorrentes falaram em ameaça ao equilíbrio competitivo no streaming.
Já cineastas temeram queda na produção de filmes para cinema, já que a Netflix privilegia lançamentos diretos na plataforma.
A Netflix, por sua vez, demonstrou convicção: aceitou incluir no acordo uma multa de rescisão de US$ 5,8 bilhões, caso a fusão não seja aprovada por reguladores.
A disputa ganhou um peso político inesperado. A compra da Warner Bros. Discovery pela Netflix foi comentada publicamente pelo presidente Donald Trump, que afirmou que a participação de mercado do novo grupo “poderia ser um problema”.
Trump também disse que pretende acompanhar de perto o processo conduzido pelo Departamento de Justiça, órgão responsável por avaliar se a fusão viola regras de concorrência e prejudica consumidores ou rivais.
Nesta segunda-feira, o conselheiro econômico da Casa Branca, Kevin Hassett, afirmou que a análise do Departamento de Justiça deve durar “um bom tempo”, indicando que a fusão não será aprovada rapidamente.
Além das pressões políticas e regulatórias, a Warner também enfrenta críticas da própria indústria. Sindicatos, como os que representam roteiristas e atores, expressaram preocupação com uma possível redução da produção cinematográfica e aumento de custos para consumidores.
Analistas de mercado também estão divididos: parte vê risco de “destruição de valor” na fusão; outros avaliam que a Netflix pode dar um salto estratégico ao incorporar uma das bibliotecas mais valiosas do mundo.
Antes mesmo da proposta hostil, a Paramount já vinha contestando a forma como o processo de venda foi conduzido pela Warner.
Em carta enviada à empresa na semana passada, o estúdio afirmou que a negociação com a Netflix foi “tendenciosa” e que o processo teria “predefinido” a plataforma como vencedora.
A Paramount argumenta ainda que a fusão criaria um grupo com 43% do mercado global de streaming, o que, segundo seus advogados, violaria leis antitruste americanas.
Com a oferta desta segunda-feira, a Paramount tenta reverter o resultado da disputa. A empresa, que permanece entre os principais estúdios de Hollywood, vive um momento de desempenho irregular nas bilheterias e tenta usar a aquisição para recuperar protagonismo.
Na perspectiva da Paramount, a Netflix não deve ser o destino da Warner porque isso aprofundaria a concentração de mercado em um setor já dominado por poucos jogadores.
Ao apresentar uma oferta hostil, a Paramount tenta pressionar não só os acionistas da Warner, mas também reguladores, que já estão preocupados com o impacto do acordo com a Netflix.
O objetivo é mostrar que existe um comprador alternativo — um argumento que pode pesar nas avaliações antitruste.
*Com informações da agência de notícias Reuters
Fonte: G1
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