Um paciente do Rio Grande do Norte, de 28 anos de idade, que sofre com dermatite atópica precisa de um tratamento de 6 meses com injeções com custo total de R$ 150 mil. Durante as crises mais intensas da doença, o videomaker Moisés Melo já chegou a usar até um garfo para se coçar.
O medicamento está disponível na Unidade Central de Agentes Terapêuticos (Unicat), mas a Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap) informou que segue uma norma do Ministério da Saúde que não libera a entrega para adultos – apenas para crianças.
Por conta disso, o paciente trava uma batalha judicial para ter direito ao tratamento.
O Ministério da Saúde foi procurado pela Inter TV Cabugi para explicar essa norma, mas não havia respondido até a atualização mais recente desta reportagem.
A mãe de Moisés, a promotora de vendas Michella Melo, contou que acionou o Ministério Público Estadual e o caso está na Justiça do Rio Grande do Norte, na Comarca de Parnamirim, na Grande Natal. O último documento foi anexado, segundo ela, na segunda-feira (26).
“Está lá e eu estou esperando apenas o despacho para que a Unicat, o diretor da Unicat possa liberar isso o quanto antes”, falou.
A dermatite atópica é um processo inflamatório crônico da pele caracterizado por lesões avermelhadas que coçam muito e descamam. A causa não é conhecida.A lguns fatores de risco podem desencadear as crises, como frio intenso, ambiente seco, calor e transpiração, estresse emocional e até a poeira.
Enquanto não possuem a certeza de que as doses serão liberadas, a família criou uma vaquinha para conseguir bancar o tratamento de Moisés por conta própria. O objetivo é arrecadar os R$ 150 mil.
O videomaker Moisés Melo contou que convive com feridas abertas pela coceira no corpo e que a vontade de se coçar não cessa após um primeiro contato com a pele.
“O mais grave que já cheguei foi cortar a pele com garfo, com bombril, na tentativa de amenizar a coceira. Só que, por ser uma doença que quanto mais você coça mais dá vontade de coçar, então o mais crítico acho que foi quando eu pegava garfo para poder me coçar na tentativa de sanar”, explicou.
Moisés falou ainda que a doença, além de incomodar e o ferir, traz dificuldades na vida social e até para tomar banho, por exemplo.
“Tomar banho pra mim é uma luta, porque a pele, por estar sempre muito aberta, estar sempre muito cortada, isso faz com que a água quando bate, arde. É como se fosse uma ferida aberta e você jogasse álcool em cima, e ela ardesse”, contou.
“Eu basicamente tento fazer a limpeza básica, das partes íntimas, onde eu consigo alcançar que não arde tanto, mas a maior parte do corpo, costas, braços, barrigas geralmente é bem ruim”, falou.
Ele cita o receio de tirar a camisa em lugares públicos e até sobre o uso de camisas pretas, que acabam ficando manchas visíveis da pele morta que cai.
“Eu tenho vergonha por exemplo de ir em uma praia, tirar a camisa. No frio também fica mais ressecado, a pele fica mais seca, então fica descascando o tempo todo. Se eu tiver com a camisa preta, ela logo fica branca por causa da pele que cai”, contou.
“Então eu não tenho uma vida tão sociável assim. Me incomoda em vários aspectos”.
A mãe de Moisés, a promotora de vendas Michella Melo, contou que se sente impotente ao ver o filho passar por tanta dor, saber da existência do tratamento, mas não ser possível liberação para ele.
“Todo dia eu como um prato de impotência regado a lágrima. Porque uma coisa é você ter, outra coisa é você não ter. Uma coisa é você ter e selecionar quem deve receber [a injeção]. A doença não escolhe a quem ela vai atingir”, desabafou.
“Moisés não tem qualidade de vida, ele não dorme, ele toma ansiolítico. E eu saber que a Unicat tem, que basta alguém com o poder de uma caneta decretar que libere porque pra toda regra existe uma exceção. Eu ver meu filho sendo comido vivo pela própria pele e eu assistir isso de camarote”.
Ao todo, o tratamento é feito com 13 doses, cada uma custando R$ 11,5 mil. Moisés deveria receber 3 doses no primeiro mês e outras duas por cada mês restante.
“Moisés não tem uma célula que se reproduz. E a pele dele não entende que tem que parar de coçar. Ele precisa disso. E isso está dentro da vacina”, falou.
A mãe falou que a própria fabricante da vacina contou que ela foi criada “exclusivamente para adultos” inicialmente.
“Eu não estou botando o meu rosto na televisão, nas mídias, a toa não. Eu estou implorando pra que alguém lá de cima se coloque no meu lugar. Se não se colocar como mãe, se coloque como ser humano, porque ele não tem qualidade de vida. Enquanto ele não receber, eu vou continuar falando até que chegue na mídia nacional”, falou.
Ela reclamou que para que algo seja feito seja necessário uma ação judicial e de uma exposição.
“Isso aqui é um estado crítico. Moisés está gritando por socorro e eu, como mãe, peço que por favor se compadeçam e liberem essa vacina pra Moisés o quanto antes”.
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