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Mudanças recentes no clima causadas pelo homem não têm precedentes, aponta relatório da ONU

Incêndio florestal na ilha de Evia, na Grécia, em 8 de agosto. Fogo está relacionado às mudanças climáticas, segundo especialistas. — Foto: Angelos Tzortzinis/AFP

Mudanças climáticas causadas pelos seres humanos são irrefutáveis, irreversíveis e levaram a um aumento de 1,07º na temperatura do planeta, aponta o mais recente relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, sigla em inglês) publicado nesta segunda-feira (9).

É a primeira vez que o IPCC – um órgão da Organização das Nações Unidas (ONU) – quantifica a responsabilidade das ações humanas no aumento da temperatura na Terra.

“Muitas das mudanças observadas no clima não têm precedentes em milhares, centenas de milhares de anos. Algumas das mudanças – como o aumento contínuo do nível do mar – são irreversíveis ao longo de centenas a milhares de anos”, aponta o relatório.

A conclusão é um dos pontos do documento nomeado “Climate Change 2021: The Physical Science Basis“, que apresenta ainda os seguintes destaques:

  • Papel da influência humana no aquecimento do planeta é inequívoco e inquestionável;
  • Mudanças recentes no clima não têm precedentes ao longo de séculos e até milhares de anos;
  • Todas as regiões do globo já são afetadas por eventos extremos como ondas de calor, chuvas fortes, secas e ciclones tropicais provocadas pelo aquecimento global;
  • Cada uma das últimas quatro décadas foi sucessivamente mais quente do que qualquer outra década que a precedeu desde 1850;
  • Temperatura vai continuar a subir até meados deste século em todos os cenários projetados para as emissões de gases de efeito estufa;
  • Aquecimento de 1,5°C a 2°C será ultrapassado ainda neste século se não houver forte e profunda redução nas emissões de CO² e outros gases de efeito estufa
  • Reduções fortes e sustentadas na emissão de dióxido de carbono (CO²) e outros gases de efeito estufa ainda podem limitar as mudanças climáticas;
  • Caso as reduções ocorram, ainda pode levar até 30 anos para que as temperaturas se estabilizem.

Os dados integram a primeira das três etapas do relatório do IPCC. As duas próximas publicações abordarão como lidar com o aquecimento e quais as estratégias para evitar um aumento ainda maior da temperatura.

No entanto, o texto desta segunda-feira deve ser o único divulgado antes da Conferência das Partes (COP26), prevista para novembro em Glasgow, na Escócia.

Meta de 1,5°C para barrar devastação

O relatório indica que o impacto da ação humana já está perto do limite de 1,5ºC de aumento da temperatura global que foi definido em 2015 durante a COP21, no Acordo de Paris. À época, os países presentes se comprometeram com algumas metas para conseguir barrar as mudanças do planeta, incluindo o Brasil, que diz querer atingir a neutralidade nas emissões de gases causadores do efeito estufa até 2060.

A pesquisadora Mercedes Bustamante, professora da Universidade de Brasília (UnB) e uma das participantes do grupo de trabalho da terceira parte do relatório do IPCC, alerta que os dados exigem uma resposta urgente.

A especialista diz que um ponto importante a destacar é que está mais quente “em sistemas terrestres (onde vive a população) do que nos oceanos, pois a água segura mais as variações de temperatura”. A alta da temperatura total do planeta, com influência humana e com a variação do próprio sistema climático, é de 1,09ºC (variação de 0,95ºC a 1,20ºC).

Fonte: G1RN

Ponto de Vista

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