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Mortes por terremoto em Mianmar aumentam para 3.471, e chuvas complicam resgates

Vista no dia 31 de março de 2025 de edifício em Mandalay, em Mianmar, com risco de desabamento após forte terremoto — Foto: Reprodução/Reuters

As mortes por conta do forte terremoto de magnitude 7,7 que atingiu Mianmar há dez dias subiram para 3.417 pessoas, informou a mídia estatal do país nesse domingo (6).

O tremor, o mais forte já registrado no país, atingiu as regiões do norte, centro e sul do país em 28 de março e também foi fortemente sentido na vizinha Tailândia e no sudoeste da China. Além dos mortos, 4.671 pessoas ficaram feridas e outras 214 ainda estavam desaparecidas, disse a mídia estatal neste domingo.

Equipes de resgate ainda buscavam por pessoas desaparecidas neste domingo, mas fortes chuvas que atingiram o país asiático neste fim de semana complicaram os trabalhos.

As agências de ajuda humanitária alertaram que a combinação de chuvas fora de época e calor extremo pode causar epidemias, inclusive cólera, entre os sobreviventes que estão desabrigados.

“Famílias dormindo do lado de fora das ruínas de suas casas enquanto corpos de entes queridos são retirados dos escombros. Medo real de mais terremotos”, disse o chefe de ajuda da ONU, Tom Fletcher, na rede social X.

 

“Precisamos levar tendas e esperança aos sobreviventes enquanto eles reconstroem suas vidas destruídas”, disse ele, acrescentando que uma ação forte e coordenada é a chave para salvar o maior número possível de vidas.

Os países vizinhos a Mianmar, como China, Índia e as nações do Sudeste Asiático, estão entre os que enviaram suprimentos de socorro e equipes de resgate na semana passada para ajudar no esforço de recuperação das áreas atingidas pelo terremoto, que abrigam cerca de 28 milhões de pessoas.

Os EUA, que até a posse de Donald Trump eram os maiores doadores humanitários do mundo, prometeram pelo menos US$ 9 milhões a Mianmar para apoiar as comunidades afetadas pelo terremoto.

Mas funcionários atuais e antigos dos EUA dizem que o desmantelamento do programa de ajuda externa dos EUA por Trump tem afetado a resposta ao desastre em Mianmar.

Marcia Wong, ex-funcionária sênior da agência norte-americana de apoio para desenvolvimento USAID, disse à Reuters que três funcionários que haviam viajado para Mianmar após o terremoto foram informados de que estavam sendo demitidos pelo governo Trump.

“Essa equipe está trabalhando incrivelmente duro, concentrada em levar ajuda humanitária aos necessitados. Receber a notícia de sua demissão iminente – como isso pode não ser desmoralizante?”, disse Wong.

Na vizinha Tailândia, autoridades disseram que o número de mortos no país devido ao terremoto subiu para 24. Desses, 17 morreram no local de um arranha-céu na capital, Bangcoc, que desabou enquanto estava em construção. Outros 77 ainda estão desaparecidos no local.

Violações de cessar-fogo

Os militares de Mianmar têm lutado para administrar o país desde que derrubaram o governo da ganhadora do Prêmio Nobel Aung San Suu Kyi em 2021, deixando a economia e os serviços básicos, inclusive de saúde, em frangalhos, uma situação exacerbada pelo terremoto.

A guerra civil que se seguiu deslocou mais de 3 milhões de pessoas, com insegurança alimentar generalizada e mais de um terço da população necessitando de assistência humanitária, segundo a ONU.

Embora um cessar-fogo tenha sido declarado na quarta-feira, o Escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos disse na sexta-feira que a junta estava restringindo a ajuda em áreas que não apoiavam seu governo. A entidade também disse que estava investigando denúncias de ataques da junta contra oponentes, inclusive após o cessar-fogo.

Um porta-voz da junta não comentou o assunto.

O Free Burma Rangers, um grupo de ajuda humanitária, disse à Reuters no sábado que os militares haviam lançado bombas nos Estados de Karenni e Shan na quinta e sexta-feira, apesar do anúncio do cessar-fogo, matando pelo menos cinco pessoas.

As vítimas incluíram civis, de acordo com o fundador do grupo, David Eubank, que disse que houve pelo menos sete desses ataques militares desde o cessar-fogo.

Fonte: G1

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