MAIS VOZES, MAIS DESAFIOS –
Pela primeira vez desde a Constituição de 1988, o Rio Grande do Norte ampliará sua representação política no Congresso Nacional e na Assembleia Legislativa. A partir de 2027, o estado passará a eleger 10 deputados federais (hoje são 8) e 30 deputados estaduais (atualmente 24).
A mudança decorre do PLP 177/2023, aprovado em junho de 2025, com base no Censo 2022 e em decisão do Supremo Tribunal Federal.
Trata-se de uma alteração silenciosa, mas de enorme relevância. Afinal, em tempos de descrédito com a política, o acréscimo de cadeiras pode soar, para muitos, como sinônimo de mais despesas e ineficiência. Mas não é o caso: o projeto prevê que os novos assentos serão custeados dentro do teto de gastos já existente, apenas ajustado à inflação. O impacto, portanto, será sobretudo político e não orçamentário (PLP 177/2023).
Na teoria, mais vagas significam mais espaço para pluralidade e diversidade de vozes. Regiões tradicionalmente sub-representadas no interior do estado, como Seridó e Oeste potiguar, podem agora eleger parlamentares comprometidos com suas demandas específicas.
Isso pode oxigenar a política local, oferecendo renovação e competitividade nas eleições de 2026.
Em um estado marcado por desigualdades históricas entre capital e interior, o aumento da bancada é uma oportunidade de construir uma agenda mais abrangente, capaz de incluir temas como infraestrutura rural, saúde regionalizada, transporte intermunicipal e fortalecimento do ensino técnico no interior (IBGE, Censo 2022).
Se, por um lado, o acréscimo de vagas abre novas perspectivas, por outro pode intensificar velhos problemas.
O Rio Grande do Norte já vive um momento de fragmentação política, sem lideranças hegemônicas capazes de aglutinar forças. A proliferação de cadeiras pode levar a um Legislativo ainda mais pulverizado, dificultando acordos e favorecendo a prática do clientelismo eleitoral.
O desafio não é apenas eleger mais parlamentares, mas garantir que esses novos assentos sejam ocupados por lideranças comprometidas com a coletividade, e não apenas com feudos locais ou interesses imediatistas (Tribuna do Norte, 2025).
A ampliação da bancada potiguar precisa ser encarada como um teste de maturidade democrática.
Mais vozes no Parlamento não garantem, por si só, mais qualidade na representação. Elas ampliam as possibilidades — e também os riscos.
Cabe à sociedade civil, aos eleitores e às instituições cobrar que esse novo desenho não se reduza a um rearranjo aritmético de cadeiras, mas se transforme em um avanço qualitativo da política no Rio Grande do Norte.
Em outras palavras: não basta ter mais parlamentares; é preciso ter melhores parlamentares.
Sara Natália – Estudante de direito
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