Carlos Alberto Josuá Costa

 Tenho o costume de nunca levar para o “travesseiro” as preocupações comuns dos dias atuais, deixando aquele momento apenas para as reflexões de como minhas atitudes poderão me fazer uma pessoa melhor.

Mas, ao receber a edição 5.210 de 15 de abril de 2015 do vespertino O Jornal de Hoje, quedei-me em profunda ansiedade ao decorrer na leitura de “O fim da nossa edição impressa”.

É que aprendi a gostar de ler os jornais impressos, desde o tempo que ficava na expectativa de ir até a cigarreira – hoje, banca – para esperar a chegada do ‘Jornal do Brasil’, ‘O Globo’, ‘Jornal dos Esportes’ e o brioso ‘Pasquim’, com o intuito de saber os acontecimentos que estavam na pauta nacional.

Confesso que uma das minhas maiores emoções foi quando fui visitar e conhecer como era feita a impressão de um jornal – no caso, o saudoso O POTI, e de uma revista – RN ECONÔMICO, onde conheci o dileto Marcos Aurélio de Sá.

Essa aproximação em tempo de descobertas, minhas, eram fascinantes. E por caminhos que nos surpreendem, tive a oportunidade de fazer parte de uma equipe amadora para ‘fazer’ o jornalzinho, O RUMO, da APCEF – Associação do Pessoal da Caixa Econômica Federal, presidida então, por Paulo da Silva Gurgel.

Mãos à obra, lá estávamos: Alberto da Hora, Wilson Roberto, Maria dos Anjos, Humberto Medeiros, e eu, a embrenharmos-nos pelo prazeroso deleite de buscar colaborações dos colegas, para mensalmente ofertar um jornalzinho cultural para os demais empregados da CAIXA em todo o estado.

Mas agora quero discorrer sobre um sonho: o de Marcos Aurélio de Sá – o sonho de editar um jornal próprio.

Por diversas oportunidades acompanhei deliciosas conversas de Marcos, com seus amigos, onde o tema era o nascedouro de um jornal que fosse uma alternativa para os leitores que buscavam algo mais independente, com proposta de trazer sempre a verdade dos fatos, sem subterfúgios, sem partidarismos, porém confiável, não sem antes apurar as fontes, e mais ainda, abrir espaço para manifestações de seus leitores.

Nasceu o ‘O Jornal de Hoje’, outubro de 1997, se espalhando pelos cantos da cidade e, pouco a pouco conquistando a opinião pública pela proposta de levar as “Notícias que os outros publicarão amanhã”.

O sonho estava realizado!

Agora era tempo de perpetuar o vespertino com a manutenção da seriedade em suas informações, passando a limpo os grandes problemas enfrentados pelo nosso estado.

E isso foi feito com galhardia e sedimentou-se como um veículo de comunicação que tornou o leitor – assinante ou diarista – fiel devorador de suas matérias jornalísticas.

Quem não se agrada em traçar as letras, para citar os mais recentes, de Alex Medeiros, Danilo Sá, Vicente Serejo, Daniela Freire, Rubens Lemos Filho, Newton Ramalho, Fábio Pacheco, Túlio Lemos, Marcos Aurélio de Sá, além daquelas de seus excelentes redatores e editores.

E que dizer da página “Opinião” – um espaço democrático – onde livres articulistas, fazem-nos refletir sobre os mais diversos temas, com a mesma respeitabilidade que O Jornal de Hoje os acolhem. Tudo isso com o cuidado e competência do editor Roberto Canuto.

Mas…

Chegou a hora de se adaptar, porém nunca render-se, a essa famigerada economia brasileira, aonde os altos custos – insumos, tarifas e encargos – vão consumindo além das mínimas margens de sobrevivência das pequenas e médias empresas, entre elas, a RN Gráfica e Editora.

Deixaremos de ter um jornal impressos ao alcance de todos, para ter apenas a versão digital, www.jornaldehoje.com.br, onde, ainda, mesmo com a rapidez da difusão midiática, é inacessível àqueles que não se ‘modernizaram’ ou não dispõe dos meios tecnológicos.

Convenhamos que é muito, muito mais agradável, ter o jornal às mãos, levá-lo para desfrutar de sua leitura em qualquer ambiente, no banco da praça, na rede velha de guerra, no ônibus, na varanda, nos cafés dos shoppings, nas rodas de amigos, dobrar, recortar, emprestar: “Chegou o jornal? Depois de ler me empreste pra eu dar uma olhadinha”.

E o mais charmoso, “Você viu o que saiu no O Jornal de Hoje?”, aguçava a curiosidade de muitos, e daí se instalavam os fóruns de discussão sobre o tal assunto.

Ainda bem que essa “retirada” impressa se dá de cabeça erguida, por cumprir com excelência tudo aquilo que os profissionais da notícia nos informaram até então.

Resta agora aprendermos a nos acostumar acessar a versão digital, onde, espero, disponha de uma dinâmica amigável com seus leitores, onde ao simples toque, continuemos a encontrar notícias e artigos, que nos cativaram na edição impressa.

Não morrerá um jornal, mas renascerá em outro meio. E nós mortais não nos deixaremos abater e seguiremos com O Jornal de Hoje, sempre.

Vai meu obrigado a Roberto Canuto, que me orientou nas minhas primeiras colaborações como modesto articulista.

 Obrigado a Marcos Aurélio de Sá, que nos acolheu, que nos incentivou, que nos impulsionou e nos ensinou que somos livres para expressar nossa opinião.

Viva O Jornal de Hoje! – agora em edição online.

Continuemos lendo.

Carlos Alberto Josuá Costa – Engenheiro Civil e Consultor (josuacosta@uol.com.br)

Ponto de Vista

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