HOMEM BICHO-MACACO X HOMEM BICHO-PREGUIÇA – Alberto Rostand Lanverly

HOMEM BICHO-MACACO X HOMEM BICHO-PREGUIÇA –

Os animais, em sua simplicidade, são fontes inesgotáveis de inspiração, e mesmo aqueles que à primeira vista, parecem comuns ou desprovidos de grande impacto, revelam profunda conexão com o universo ao nosso redor. Assim são o cassaco e o saguim, pequenos visitantes do jardim de minha residência em Barra de São Miguel.

Com seus movimentos ágeis e presenças discretas, ensinam lições de adaptabilidade e resistência. Observá-los é convite à contemplação da natureza em seu estado mais puro, onde cada gesto e olhar carregam significados maiores, pois ambos, dotados de instintos apurados, parecem fazer lembrar a existência de beleza na simplicidade e força na serenidade.

Dias atrás ao me deparar de uma só vez com as duas criaturas, relembrei época quando bem jovem, escutei de meus pais que na grande jornada da vida, existem dois tipos de racionais: os homens bicho-macaco e os homens bicho-preguiça.

Os homens bicho-macaco inquietos, trabalhadores incansáveis que escalam os desafios como galhos de árvores, se reinventam, constroem, criam, e fazem da adversidade degrau para alcançar seus ideais. Para esses, o horizonte nunca é o limite, mas um convite a ir além. Cada esforço é um tijolo no império que erguem com as próprias mãos, movidos pelo desejo de transformar o que possuem em algo ainda maior.

Já os homens-preguiça vivem à sombra do que já foi conquistado, acomodados no conforto do conhecido, mas sempre reclamando de tudo e todos, mas satisfeitos com o que possuem, evitando a batalha pelo novo, preferindo o repouso de uma vida sem grandes mudanças. Não há pressa, nem inquietação, apenas o desejo de preservar o que já está em mãos, mesmo que o mundo ao redor continue a se transformar.

Hoje com raios prateados me iluminando os cabelos, entendo não serem tais categorias imaginárias, absolutas, mas refletem escolhas o que cada um faz ao longo da vida, sendo o ideal encontrar equilíbrio entre a tenacidade do macaco e a serenidade da preguiça.

Certo é que essas imagens simbólicas gravaram em minha memória a importância de nunca deixar de lutar por sonhos, sempre me recordando, com gratidão, das bases que meus genitores tão cuidadosamente construíram.

 

 

 

 

 

Alberto Rostand Lanverly – Presidente da Academia Alagoana de Letras

As opiniões contidas nos artigos/crônicas são de responsabilidade dos colaboradores
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