A agência de classificação de risco Fitch rebaixou novamente o Brasil, agora de BB+ para BB. Com isso, as vésperas da votação do impeachment da presidente Dilma Rousseff pelo Senado, o país está mais próximo das nações consideradas lixo. O Brasil volta aos níveis de 2006. Está dois degraus abaixo do selo de bom pagador. O país foi colocado em perspectiva negativa. Ou seja, pode ser rebaixado mais uma vez nos próximos meses.
Segundo a agência, o rebaixamento reflete o aprofundamento da recessão econômica e o fracasso do governo em estabilizar as finanças públicas, com consecutivas mudanças nas metas fiscais sempre para pior. As projeções do mercado apontam para retração de quase 4% neste ano e, pelas estimativas do Banco Central, o rombo nas contas públicas será de 1,6% do Produto Interno Bruto (PIB).
A agência também ressalta as incertezas políticas, que têm derrubado a confiança de consumidores e agentes econômicos, que está no menor nível da história. Para a Fitch, o atual governo não tem condições de superar as barreiras no Congresso para aprovar projetos que poderiam tirar a economia do atoleiro. Segundo a agência, no atual quadro econômico, não é possível ver qualquer retomada do crescimento econômico nem recuperação das contas do governo e reversão do endividamento público, que caminha rapidamente para 70% do PIB.
A Fitch havia retirado o grau de investimento do Brasil em dezembro do ano passado. Desde então, destacou Shelly Shetty, responsável pelas análises sobre o país, a situação econômica só piorou. A agência prevê queda de 3,8% para o PIB neste ano e alta de 0,5% em 2017. Há cinco meses, as projeções eram de retração de 2,5% e incremento de 1,2%, respectivamente.
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