Categories: Blog

Estudo liderado por brasileiro mostra impacto de gene nas relações sociais

GTF2I seria um dos genes responsáveis pela relação social — Foto: Divulgação/Unsplash

Um estudo liderado pelo cientista brasileiro Alysson Muotri na Universidade da Califórnia, em San Diego, mostrou o impacto do gene GTF2I no comportamento social das pessoas.

“Gosto de descrever esse gene como o gene do preconceito. Sem ele, todos no mundo são seus amigos”, diz.

 

Na pesquisa, os cientistas conseguiram determinar que o GTF2I seria um dos genes responsáveis pelas relações sociais e um erro genético pode determinar se o indivíduo apresenta traços mais sociáveis ou mais reservados.

“Existe uma região no cromossomo 7 que todos nós humanos temos, que tem 25 genes. Quando você perde, temuma deleção genética, um erro genético, você acaba tendo a síndrome de Williams, que te torna extremamente social. O outro erro genético é a duplicação dessa região. Pessoas com essa região duplicada acabam tendo uma forma de autismo. Elas são mais introvertidas, com medo do contato social”, explica Muotri.

Muotri explica que indivíduos com síndrome de Williams prendem a atenção de todos, têm um vocabulário mais sofisticado, são interessados na vida das pessoas. Muitas vezes, a síndrome é tratada como “o oposto do autismo”.

Os pesquisadores investigaram então o impacto do gene no desenvolvimento neural.

“As regiões que facilitam as percepções do mundo são moldadas durante o desenvolvimento do cérebro, pelo menos as networks que você vai usar no seu córtex para estabelecer uma relação com a sociedade, incluindo a relação hierárquica. Esse gene é muito importante para moldar as primeiras redes neurais que vão formar todo o contexto social humano “, diz Alysson Muotri.

Para o estudo, os cientistas criaram organoides cerebrais sem o gene GTF2I. A equipe percebeu que, aos dois meses de idade, esses organoides eram menores do que aqueles com GTF2I. Os pesquisadores também notaram que a perda do gene resultou no aumento da morte celular, na diminuição da atividade elétrica e em defeitos nas sinapses, ressaltando a influência do gene durante o desenvolvimento do cérebro fetal.

O cientista brasileiro explica que o trabalho abre portas para potenciais tratamentos para aumentar a sociabilidade da pessoa com autismo ligado ao GTF2I.

“Estamos procurando quais medicamentos podemos utilizar para alterar as vias moleculares que são controladas por esse gene”, completa Muotri.

Fonte: G1
Ponto de Vista

Recent Posts

COTAÇÕES DO DIA

DÓLAR COMERCIAL: R$ 5,2970 DÓLAR TURISMO: R$ 5,5030 EURO: R$ 6,1830 LIBRA: R$ 7,0830 PESO…

1 dia ago

Rodoanel é liberado após acidente com 5 carretas bloquear faixas na região de Embu das Artes

O Rodoanel foi liberado após um acidente envolvendo cinco carretas na manhã desta quinta-feira (4) provocar o bloqueio…

1 dia ago

CNU 2025: prova discursiva terá redação e questões; veja como funciona cada modelo

A prova discursiva da segunda edição do Concurso Nacional Unificado, aplicada neste domingo (7), é uma…

1 dia ago

PIB brasileiro fica estável e cresce 0,1% no 3º trimestre, diz IBGE

O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil variou 0,1% no terceiro trimestre de 2025, informou o…

1 dia ago

‘Choques e queima de equipamentos’: Maternidade é parcialmente esvaziada em Natal por causa de problemas elétricos

Pacientes da Maternidade Escola Januário Cicco, ligada à Universidade Federal do Rio Grande do Norte,…

1 dia ago

Lula abre reunião do Conselhão, que deve fazer balanço do grupo na COP 30 e discutir rumos da economia

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) abriu, nesta quinta-feira (4), a 6ª plenária…

1 dia ago

This website uses cookies.