ESPÍRITO NATALINO – Lenilson Carvalho

ESPÍRITO NATALINO – 

O período natalino lembra o nascimento de Cristo. Traz à memória os exemplos de sabedoria deixados por Jesus. É também um momento de reflexão.

Uma sociedade democrática deve procurar soluções para os seus problemas.

Cada vez mais observamos e participamos do distanciamento entre as classes sociais. Devemos respeitar o resgate desejado pelo cidadão. Não podemos ser apenas o sujeito passivo, mas sim o titular de direitos, participando, exercendo sua cidadania.

Os acentuados progressos científico, técnico e cultural devem ser cada vez mais democratizados.

A cada dia, 30 mil crianças morrem de fome. Na América Latina, cerca de 400 mil crianças, entre 0 e 5 anos, são vitimas a cada ano da falta de nutrientes essenciais à vida. O Brasil contribui para esse genocídio com aproximadamente 180 óbitos infantis. Em todo o mundo, 40 milhões de pessoas estão infectadas pelo vírus HIV.

As guerras tem ceifado a vida de milhares de crianças, jovens e adultos. Há pessoas que lutam pela paz e acreditam que um dia a insana matança entre Árabes e Palestinos vai acabar. Em tempos de globalização e crises econômicas, as máquinas substituem os homens, as estatísticas do desemprego não param de subir e algumas profissões simplesmente desapareceram.

Como já nos advertia Kant, ninguém cumpre o dever pelo simples fato de cumpri-lo, mas sim pelo medo das conseqüências que podem advir do seu descumprimento. Seja por temor ou pelo simples dever, o fato é que os direitos do cidadão devem ser respeitados.

Devemos nos empenhar por um projeto de sociedade mais justo, por uma democracia sem desigualdade social. Prostituição infanto-juvenil, crianças perambulando pelas ruas, desemprego assolando a vida e falta de moradia, são problemas que se configuram como exemplo do paradoxo que é a sociedade atual.

É necessário não só vestir a camisa, mas molhá-la com o nosso suor.

Não fiquemos na angústia ou indignação, mas que nos incentivemos uns aos outros na busca de mudanças sociais atuais e necessárias com o objetivo de termos uma sociedade digna e justa.

O respeito à dignidade da pessoa humana está explicitamente inserido na Declaração Universal dos Direitos Humanos. O nosso envolvimento deve ser no sentido de assegurar que o direito de todos e de cada um esteja contemplado tendo como pano de fundo o princípio da justiça distributiva.

Na democracia a vontade de cada um deve ser livremente expresso.

Bakhtin afirma que a superação das dificuldades só ocorre quando há possibilidade de diálogo. É necessária a corrente de interanimação entre pessoas diferentes.

Cada um é livre para decidir independente de sua condição social.

O cientista italiano Giovani Bentinguen declarou sua perplexidade diante do fato de que a expectativa de vida de um nordestino pobre é, em média, quinze anos menor do que a de um sulista igualmente pobre.

As crescentes descobertas no campo da medicina, por exemplo, serão um bem comum ou um privilégio para poucos?
Nós temos uma forte exclusão social, com existência de imensas camadas marginalizadas do acesso a condições dignas de vida humana.

Os problemas sociais com a participação popular são questões éticas fundamentais pelo princípio da justiça. Pesquisa em nosso país indica que apenas 53% da população brasileira lê jornais, sendo que nas classes de renda mais alta (A/B) 75% são leitores, contra 25% nas de renda mais baixa.

Nós temos que contribuir de alguma forma para melhorar a sociedade em que vivemos.

Não podemos esperar que apenas os órgãos públicos resolvam os problemas existentes.

Devemos cooperar para uma sociedade com menores desigualdades.

Não devemos perder a capacidade de sonhar.

Não espere, faça!

A vitória não está no cume da montanha, mas em cada pedra do caminho, no relevo das escarpas e na visão do precipício.

Como servos de Deus através das nossas mentes que planejam, mãos que trabalham e corações que amam, devemos colaborar e contribuir de alguma forma para o beneficio da humanidade.

Nossa fé e confiança fortalecerão a crença dos outros; nossa firmeza de caráter contribuirá para que os outros sejam firmes; nossos gestos de bondade ensinarão outros a serem bondosos; nosso amor e respeito pela vida farão cm que outros compreendam que há propósito e importância em colaborar e contribuir para o bem estar da humanidade.

Como nos ensinou Carlos Drumond de Andrade – um ano novo revestido de justiça entre os homens e as nações, liberdade com cheiro e gosto de pão matinal e direitos respeitados, começando pelo direito augusto da vida.

Ainda acredito numa maior cooperação entre países ricos e pobres.

Ainda acredito numa sociedade com qualidade de vida ideal para todos.

Ainda acredito no espírito de luta aliado ao de iniciativa em prol de uma sociedade justa e solidária.

Ainda acredito na capacidade infinita de se realizar com êxito qualquer tarefa.

Que todos os nossos sentimentos façam parte das nossas vidas neste ano novo que está nascendo.

Que o símbolo da paz se renove em nossos corações fortalecendo em nossas vidas a esperança de um mundo melhor.
Que o amor em nossos corações aproxime os povos e dê mais brilho ao nosso viver diário.

Feliz Natal, Feliz Novo Ano, com a ampliação da nossa capacidade de amar revestida de ensolaradas esperanças, que o amanhecer de um novo dia e o ressurgir do sol iluminem nossa mentes.

O desejo de um 2018 ainda melhor!

Lenilson Carvalho – Dentista e Escritor