A desastrada tentativa do presidente Yoon Suk Yeol de impor, pela primeira vez em 44 anos, uma lei marcial aos sul-coreanos pôs seriamente em risco o seu futuro político. A reação furiosa e incisiva da população e da Assembleia Nacional forçou o rápido recuo do presidente, mas o seu erro de cálculo deverá lhe custar o cargo.
Seis partidos de oposição apresentaram uma moção de impeachment do presidente, que, se for aceita, será votada em 72 horas e poderá remover o político conservador do comando da Coreia do Sul.
Eleito em 2002 com uma diferença de menos de 1% dos votos, Yoon, de 63 anos, reúne requisitos para ser afastado: é extremamente impopular, com aprovação em torno de 17%, tem minoria no Parlamento sul-coreano e enfrenta oposição dentro de sua própria legenda.
O Partido do Poder Popular controla apenas 108 das 300 cadeiras. Para que o impeachment do presidente seja aprovado, é necessário o apoio de dois terços dos deputados. Pelo menos oito votos teriam que vir do PPP, o que não parece ser um desafio.
Dos 190 legisladores que conseguiram furar, na terça-feira, o forte bloqueio de militares na Assembleia Nacional para derrubar a lei marcial, 18 pertenciam ao partido do presidente.
A curta empreitada de Yoon para impelir a lei marcial reavivou a memória do autoritarismo no país, enterrada em 1987 com o fim do regime militar. O presidente invocou supostas forças aliadas da Coreia do Norte para justificar a lei de emergência, mas seus argumentos soaram como uma manobra desesperada de aferrar-se ao cargo.
“Essa tentativa de anular instituições democráticas sugere um exagero desesperado ou impulsos antidemocráticos graves”, analisou a cientista política Darcie Draudt-Véjares, especialista do Programa da Ásia no Carnegie Endowment for International Peace.
Em abril passado, as urnas castigaram duramente a legenda de Yoon, e a Assembleia Nacional passou a ser controlada pelo opositor Partido Democrata.
O presidente conseguiu aprovar apenas um terço dos projetos de lei submetidos ao Parlamento e passou a responder com o poder de veto para derrubar leis apresentadas pela oposição.
O confronto persistente entre Executivo e Legislativo faz dele um presidente pato-manco. Este é, portanto, o pano de fundo para a manobra política frustrada nesta terça-feira.
Mas há mais: escândalos de corrupção e tráfico de influência abalam a sua reputação e a da família. A primeira-dama Kim Keon Hee foi flagrada, ao receber uma valiosa bolsa Dior de presente de um pastor coreano-americano.
Em contraste com o desgastado cenário interno, Yoon desfruta de certo prestígio no exterior. Foi o primeiro presidente sul-coreano a participar de uma reunião da Otan, promoveu a ajuda militar do país à Ucrânia e ampliou os laços de cooperação com os EUA e o Japão.
Pode-se dizer que ele arriscou suas credenciais e que o arroubo autoritário causou, no mínimo, o desconforto entre seus aliados.
Fonte: BLog da Sandra Cohen/G1
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