ELEIÇÕES, COPA DO MUNDO? DESTA VEZ A FESTA JUNINA PROMETE SER MELHOR – Luiz Serra

ELEIÇÕES, COPA DO MUNDO? DESTA VEZ A FESTA JUNINA PROMETE SER MELHOR –

Em quase todas as épocas de Copa do Mundo a expectativa de festa era marca registrada em praças e ruas do Brasil. Por que o povo, ao que parece, não tem criado expectativa de ânimo com a proximidade do torneio maior do futebol mundial? Seria em razão dos 7 x 1 vexaminosos contra a Alemanha, ou ainda pelos anúncios de desvios de verba oficial na construção de estádios? Da sabedoria popular, alguém expressou o dístico de que o estímulo das massas está sempre latente, e que aflora nesses desconfiáveis momentos.

Na realidade, a Copa do Mundo, decerto quando há o tradicional favoritismo do Brasil, no entremeio da festa, acaba agitando nichos de mercado em que muitos conseguem auferir lucros no trabalho laboral. Seja o profissional de decoração, seja o design de camisetas, entre tantas atividades paralelas à festa, uma multidão de brasileiros tem a oportunidade, em dois ou três meses, de recobrar o estrato bancário. É o lado honrado da festa.

Desta vez, mais ainda pela distância do evento, a tevê dará o tom e a imagem do espetáculo, e um certo ar de indolência (e espera) pode estar prevalecendo na alma popular; muito diferente da Copa anterior, quando sorteios de ingressos eram disputados com avidez. Desta vez o sofá da casa ou a cadeira do bar estarão garantidos, e não há com que se preocupar de antecedência. Nesse ponto tanto a Copa quanto as eleições igualam-se no alquebramento de ânimo e no desalento. Assim se tem percebido.

A indicar que, de todo jeito, enquanto a bola rolar pela tevê, os arraiás irão se encher de salgados, canjicas, quentões, danças típicas e no mesmo caráter nostálgico que alcança ricos e pobres. Menos que o abono ou a confiança nos candidatos eletivos, talvez um pouco mais pelo incentivo para assistir a Neymar, Philipe Coutinho, Firmino e companhia, o esquadrão nacional que estará em campo, acaba prevalecendo o jeitinho brasileiro da improvisação, na ilustração do mestre Câmara Cascudo. E por todo lado do país fica a torcida para que sobrevenham festas juninas no clima de mundial de futebol. Que ocorram em paz e harmonia como um entreato para estes tempos recentes em que são vistas imagens tão desditosas pela telinha da tevê. Afinal o povo merece seu espaço de festa e de arte, no dizer do escritor Ariano Suassuna: “Arte para mim não é produto de mercado. Podem me chamar de romântico. Arte pra mim é missão, vocação e festa.”

Que venha o regozijo nas festas de junho!

 

Luiz SerraProfessor e escritor
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