Dalton Mello de Andrade

             O titulo está errado. Deveria ser Educação e Instrução. Mas, para a ênfase que quero dar, achei melhor o contraste. Para mim, educação é o fruto básico do lar; a instrução, o produto principal da escola. Ambos, no entanto, são essenciais para uma formação completa.

            O que vemos hoje são os pais esperando pela escola, para dar uma boa educação aos filhos. E a escola, como deve ser, buscando aprimorar a instrução. Esquecem que a família prepara para a vida – educação -, enquanto a escola prepara para o trabalho – profissão. Quando ambas confundem seus objetivos,  o problema está criado. Em verdade, se complementam e contribuem para as duas finalidades, e não devem esquecer isso.

            No meu tempo as coisas eram mais fáceis. Geralmente, a mãe cuidava dos filhos e o pai do ganha-pão. Ela ficava em casa, dedicava-se ao lar e a educação dos filhos. O pai, na rua, lutando pela vida e para garantir o sustento da família. Hoje, trabalham os dois, o que complica o problema. Daí, se esperar que a escola supra todas as necessidades, o que é difícil. A criança leva para a rua o que aprendeu em casa. Se foram valores positivos, serão esses os seus valores. A escola ajuda, mas não substitui o lar.

            Quantas vezes encontramos crianças desobedientes, pais sem autoridade, em lugares públicos? Fazem barulho, correm, chegam a xingar os pais e estes  passivos, sem qualquer reação? Que futuro tem uma criança assim na convivência futura numa sociedade? Só por milagre não se tornará um marginal. Se não reconhece a autoridade dos pais, que autoridade irá respeitar no futuro?

            Na minha geração, a autoridade dos pais era inquestionável. Quando o pai ou a mãe falavam, todos obedeciam. Em casos extremos de mal comportamento, faziam valer como sua  a palavra final e, se necessário, adotavam procedimentos mais drásticos, como o castigo ou até mesmo a palmatória. Que gerou adultos equilibrados, sérios, corretos. E sem complexos. Como veriam eles hoje essa lei estapafúrdia que proíbe a palmada?

            Ninguém defende a palmada ou o castigo como método principal para a formação do individuo, mas há ocasiões em que só restam esses instrumentos como alternativa. Cuja aplicação, entendo eu, pode ser usada, em termos. Há a história do aluno que foi procurar sua professora de Psicologia em casa. A encontrou dando umas palmadas no filho e surpreendeu-se, pois contrariava o que ela ensinava na escola. Notando a surpresa do aluno, explicou: psicologia aplicada. É o caso.

            A formação completa resulta do exemplo. A criança leva para a vida o que aprendeu em casa. Se os seus pais são sérios, equilibrados, mantêm sua autoridade sem agressões, respeitam-se e bem convivem, desse lar sairão adultos cidadãos.

 Dalton Mello de Andrade – Ex-secretario de Educação do RN

 

 

Ponto de Vista

Recent Posts

COTAÇÕES DO DIA

DÓLAR COMERCIAL: R$ 5,1130 DÓLAR TURISMO: R$ 5,2810 EURO: R$ 5,5570 LIBRA: R$ 6,4920 PESO…

2 dias ago

Órgãos não têm como chegar ao RS e até 2,7 mil pessoas podem ficar sem transplantes

As inundações que atingiram o Rio Grande do Sul nas últimas três semanas tiraram, temporariamente, o…

2 dias ago

Caixa começa a pagar Bolsa Família de maio

A Caixa Econômica Federal começa a pagar a parcela de maio do novo Bolsa Família.…

2 dias ago

Brasil comemora retirada de Cuba da lista dos EUA sobre terrorismo

O Ministério das Relações Exteriores (MRE) do Brasil comemorou, em nota publicada nessa quinta-feira (16),…

2 dias ago

Taxa de alfabetização chega a 93% da população brasileira, revela IBGE

No Brasil, das 163 milhões de pessoas com idade igual ou superior a 15 anos,…

2 dias ago

Dupla é flagrada fazendo manobras arriscadas com quadriciclo na BR-101

Duas pessoas foram flagradas fazendo manobras arriscadas com um quadriciclo na BR-101, na altura de…

2 dias ago

This website uses cookies.