O que é bom é o que não muda

Adauto Medeiros

            Na história do pensamento e das ideias humanas é possível distinguir algumas facetas interessantes que podem ser comprovadas na prática. Ora, me parece que uma dessas questões claras, reside no fato de que aquilo que não sofre mudanças na história do pensamento e das produções materiais é que é o bom. Vejamos alguns exemplos.

            Como era o chão na antiguidade de uma casa? Era feito de barro. Houve mudança no decorrer da evolução do homem? Houve sim. Logo, se mudou é porque não era bom, não era o melhor. Hoje o chão das casas (mesmo entre pessoas modestas do ponto de vista financeiro) é feito de cerâmica.

            Vejamos algo não material: as religiões. O cristianismo tem 2015 anos na historia do pensamento ocidental e oriental. Mudou? Não. Se persiste é porque deve ser algo bom. E é. O Islamismo também podemos dizer tem aproximadamente 1.500 anos. Ficou. O hinduísmo também. Continuam tendo importância no mundo.

            Já os carros, que seriam outro exemplo, podemos dizer que um carro produzido em 2015, se supõe melhor que um fabricado em 2014. Houve mudança? Houve. Ou será que um Ford de 1915 é melhor que um Ford 2015? Não, não é. Aliás, podemos constatar que há mudanças permanentes na produção de carros. Logo, se há mudança é porque os anteriores não eram tão bons.

            O mesmo pode ser dito com as navegações e os modelos de aviação. Basta comparar um modelo de embarcação como a que Pedro Alvares Cabral usou para chegar ao Brasil no ano de 1.500, com um transatlântico ultramoderno, que dispões de salas de cinema, teatro, restaurantes, etc.

            E nas ideologias politicas? Ora, o comunismo, por exemplo, durou apenas 98 anos e ruiu, não deu certo, teve que mudar tudo. Logo, não era um sistema bom. Se mudou, é porque não era bom. Há uma lógica na afirmação. Já o capitalismo apesar de tão criticado, continua intacto desde 1789 quando houve a primeira revolução burguesa de que se tem noticia que foi a Revolução Francesa.

            O capitalismo, dizem seus críticos, se baseia no egoísmo humano, ou seja, trata-se de uma ideologia que prega o egoísmo. Mas foi esse mesmo egoísmo que revolucionou a produção na terra, se expandindo e gerando riqueza. E o comunismo que parecia apontar para uma visão mais altruísta, porque não deu certo? Ora, podemos deduzir que a economia socialista ao extirpar (teoricamente) o egoísmo das relações humanas morreu de inanição. Não conseguiu produzir e ruiu.

            A dedução para quem olha a natureza humana em sua evolução não pode deixar de constatar que o que é bom não muda. Se mudou é porque não era bom.

Adauto Medeiros, engenheiro civil e empresário. adautomedeiros@bol.com.br

 

Ponto de Vista

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