Carlos Alberto Josuá Costa

Não é a primeira vez que me refiro a “livros”. E em cada uma delas, em nada se parecem, pois é infinita a transpiração e inspiração de seus autores no “arranjamento” das letras que manifestam seus pensamentos e sentimentos, miles.

Posso dizer que já fui mais fominha em adquiri-los. Hoje, adoto alguns critérios e, entre esses, o de preferenciar os autores locais, alguns até desconhecidos – de mim, porém não menos significativos e, com certeza, ricos em contribuições para universalizar a evocação de suas ideias.

Quando tomo nas mãos algum livro cuja “chamada” é: Best Sellers ou Fenômeno de Vendas no Mundo, de maneira bem respeitosa, reponho à gôndola da livraria. Não que não seja deleitoso a alguém, mas não me atrai – nesse momento – ao ponto de desprezar os menos divulgados.

Pois bem, nessa fase, destaco, entre os comprados, os lançados, os presenteados e, os lidos nos últimos meses, os seguintes:

ABRINDO A CANCELA DAS LEMBRANÇAS, do estimado são-tomeense, Haroldo Pinheiro Borges, cujas memórias remontam vivências e experiências do passado – uma genealogia do Seridó. Vai a Minho, Portugal, buscar a origem da família de seu avô Joaquim da Virgem Pereira, com suas histórias de lutas e empreendedorismos que se estenderam no tempo e trouxeram seus exemplos de criatividade, até hoje. Em mim despertou o desejo de refazer seus passos, tal como um visionário do passado. Um roteiro pronto para um documentário digital.

AS PEQUENAS HISTÓRIAS, do contemporâneo Osair Vasconcelos, onde narra’ lembranças nebulosas e relatos nem sempre confiáveis’, de personagens que Macaíba embalou. Percorre cada canto da ex-Coité, reacendendo aventuras que só o passado conhecia. Então no capítulo        ‘Para Maria, de Rui’, me deliciei ao relembrar do próprio Rui Marciano e de sua habilidade em manejar os projetores dos cinemas. Por pouco, muito pouco, o livro não trouxe à tona a história da Anja Mijona – ainda um mistério. Quem sabe no próximo!

MINHA SELEÇÃO, do engenheiro escritor, paraibano (e papa-gerimum), José Narcelio Marques de Sousa, onde reproduz parte de suas crônicas publicadas nos “de ontem” jornais da cidade do Natal. Crônicas variadas e gostosas de ler, como em a ‘A Melhor Idade’, onde ressalta que “ser velho nunca foi e nunca será uma idade melhor”. No entanto, mais adiante, reafirma o que todos nós – vovôs e vovós – somos unânimes: “Na verdade, os netos são o inquestionável beneplácito decorrente da velhice”.

HAVANA – Em Busca da Noite Perdida – do amigo escritor, potengiense, Aluísio Azevedo Júnior, onde narra uma imersão no vivido que se mistura nas lembranças do pedalar pela Nueva Havana. “Meu destino não é um simples lugar. O tempo que guardou todos os sonhos me contará seus segredos, pelo caminho”. Quase sempre também me vejo “pedalando” em suas páginas, em busca de inspirações.

“CANÇÕES QUE FALAM POR NÓS”, do talentoso paraibano Rui Leitão, onde interpreta o que dizem as letras de quase quatrocentas músicas populares brasileiras, de forma simples e cheia de sentimentos. Uma delas “Máscara Negra”, de Zé Kéti e Pereira Matos, é analisada com abalizada perfeição, evocando a verdadeira poesia escrita. Esse livro foi um presente natalino do amigo-irmão Elan Ferreira de Miranda (hoje também cidadão paraibano), de quem já cobrei uma apresentação ao autor.

RELEMBRANÇAS E EXPERIÊNCIAS, do querido mossoroense Francisco Obery Rodrigues, que dos seus abençoados 92 anos, compartilha sua sapiência nas crônicas que espelham a sensibilidade de um homem livre, no falar e no agir. “Resta-me só, repetindo, assegurar que a velhice não torna ninguém um sábio. Só quem a houver alcançado por ter levado uma vida de observação, de estudo e de reflexões, com certeza, além de ter obtido boa experiência, provavelmente o aproximará de um sábio”. Recebi de sua filha, a também escritora, Simone Rodrigues, que assim se expressa: “Enfim, ouso desejar que todo aquele que tiver nas mãos este livro, leia-o com o sentimento de quem está entrando no tabernáculo da emoção de um homem que amou e honrou pai e mãe…”. Assim o fiz.

EM DEFESA DA FÉ CRISTÃ, do macaibense amigo, primo lá nas origens, Valério Mesquita, que trata de verdades que não se permitem confundir com heresias, que insistem em surgir para confundir o homem cristão. Na sua dedicatória, me diz: “Um livro modesto, simples, apenas motivado pela fé”. Precisa mais?!

De cada um deles absorvi “alimento” para a alma, na certeza que me fizeram melhor que ontem e, que me prepararam para ser melhor ainda, amanhã.

Se fosse possível reunir em um só livro tudo que se afinou com meu modo de perceber o tempo ao meu redor, o título dele seria VIDA É ISSO.

Nenhum desses livros traz o carimbo de “MAIS VENDIDO”, mas certamente, à luz dos leitores que enxergam a sublimar mensagem nas suas linhas, que as leram, serão gratos aos seus concebedores.

É simples assim!

Carlos Alberto Josuá Costa – Engenheiro Civil e Consultor (josuacosta@uol.com.br)

As opiniões contidas nos artigos são de responsabilidade dos colaboradores
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