O Brasil pode ser alvo de novas taxas dos Estados Unidos por comprar fertilizantes da Rússia, seu principal fornecedor.
Os fertilizantes químicos funcionam como um tipo de adubo, usado para preparar e estimular a terra para o plantio.
O presidente Donald Trump aplicou uma tarifa adicional à Índia nessa quarta-feira (6) por comprar petróleo dos russos. Segundo ele, isso contribui “para a manutenção da guerra contra a Ucrânia”.
Com a nova taxa, a tarifa total aplicada à Índia subiu para 50% — empatando com a do Brasil e deixando o país asiático entre os mais taxados por Trump.
Ainda na quarta-feira, Trump declarou que mais tarifas podem ser impostas.
Se o Brasil for alvo de algo semelhante, a produção de alimentos no Brasil pode ser afetada, com aumento nos custos para o agricultor e o consumidor, diz o consultor Carlos Cogo.
No mercado de fertilizantes, existem três insumos que são os mais relevantes, que formam o NPK, aponta Cicero Lima, professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV AGRO). São eles:
Cogo aponta os principais motivos que explicam essa dependência. Veja abaixo.
➡️Faltam matérias-primas: no país, não há muitas reservas de componentes que são fundamentais para a produção dos fertilizantes, principalmente nitrogênio e potássio.
O potássio, por exemplo, está concentrado em países como Canadá, Rússia e Bielorrússia, que dominam o mercado mundial.
Já a indústria nacional de nitrogenados é pequena, porque a produção exige gás natural barato. Assim, perde competitividade frente a países como EUA, Rússia e Catar.
No caso do fosfato, as reservas têm qualidade inferior e são mais caras de explorar.
➡️Demanda grande: a produção nacional não consegue atender tudo o que a agricultura brasileira consome de fertilizante.
Apesar de ser grande produtor de alimentos, o Brasil tem solo pobre em nutrientes. Por isso, precisa de adubação frequente para manter a produtividade. Saiba mais abaixo.
Essa procura por fertilizante vem, principalmente, de produtos como a soja, milho, café e cana-de-açúcar.
➡️ Altos custos: importar sai mais barato, porque a logística no Brasil é cara e a infraestrutura é limitada, aponta Cogo.
O Brasil tem um Plano Nacional de Fertilizantes, criado em 2022. A meta é produzir entre 45% e 50% do insumo que o país consome até 2050.
Para isso, o governo pretende gastar mais de R$ 25 bilhões até 2030, segundo o Ministério da Agricultura e Pecuária.
Para o consultor Cogo, são necessários grandes investimentos, incentivos e infraestrutura para aumentar a produção.
A Rússia é o 2° maior produtor mundial de fertilizantes potássicos e nitrogenados e o 4° maior de fosfatados. Em 2024, o país foi o principal fornecedor desses insumos para o Brasil, sendo, de acordo com a consultoria Cogo:
“É um volume muito grande para que qualquer outro fornecedor consiga atender à demanda do Brasil”, diz Lima.
Trocar a Rússia no fornecimento desses componentes para o Brasil não seria rápido, aponta Cogo. Isso porque seria necessário fazer uma reestruturação logística das compras e realizar negociações diplomáticas para fechar novos acordos e abrir mercados.
Entre as alternativas possíveis de novos vendedores, o Brasil poderia ampliar parcerias com Canadá, Marrocos, Nigéria e outros países do Oriente Médio, afirma Cogo.
Mas ele alerta que outros países também buscam evitar sanções e podem disputar os mesmos fornecedores.
O Brasil é o 4° maior consumidor de fertilizantes do mundo. Isso acontece porque o solo do país é quimicamente pobre em nutrientes, principalmente no Cerrado, afirma Cogo.
Segundo o consultor, a região tem baixa disponibilidade de elementos essenciais, como fósforo e potássio, além de ter elevada acidez.
Somado a isso, está o clima tropical do país. O Brasil sofre com chuvas intensas, que favorecem a lixiviação, processo em que os nutrientes são rapidamente perdidos do solo.
É diferente do que acontece em países de clima temperado, onde a terra é naturalmente mais fértil e as perdas são menores.
A agricultura intensiva também aumenta a necessidade de fertilizantes. Ela permite várias safras por ano, o que exige reposição constante de nutrientes.
Os cultivos que são voltados para a exportação, como a soja, o milho, a cana-de-açúcar, o café e o algodão, exigem muitos nutrientes. Portanto, precisam de grandes volumes de adubos químicos para manter produtividade.
Fonte: G1
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