Carlos Alberto Josuá Costa

“Qual o seu nome?

 – Jacqueline.

 – Coincidência, o meu é Kennedy”

 

Ah! Como é bom dançar.

Recentemente revi alguns filmes cujas cenas de dança me despertaram a lembrança, de minha mana Rejane, me ensinando a dançar com uma vassoura.

“Vamos, isso, muito bem! Dois pra lá, dois pra cá”.

Esse incentivo me foi muito útil, ao ponto que à medida que fui dominando a timidez, passei a dar os primeiros passos nos “assustados” e fazendo “escola” para as grandes festas de formaturas.

“Concede-me esta parte?”: Era o convite/chamado para tirar a moça para dançar.

A dança tem a idade do homem. Em toda a literatura se encontra referências ao ato de dançar como forma de evolução do homem, onde ali, ele se comunica, se expressa, se satisfaz e se encanta, através do movimento do corpo.

A dança parece que nos tira de uma situação anterior (emocionalmente) e nos transporta a um novo estágio, dessa mesma condição emocional, agora mais equilibrado, se sentindo bem, prazeroso, e alegre.

A expectativa de quem “abrirá” o salão é por demais interessante, pois serve de chamamento para romper o grau de inibição dos casais que estão ansiosos em compartilhar o espaço delimitado por mesas e cadeiras.

“- Vamos?” “- Agora não, deixe ter mais gente”.

A harmonia entre a música e o movimento dos corpos vai aos poucos chegando ao ponto de afinidade que dá evolução ao ritmo ideal com seu par.

Envolver a dama colocando a mão direita nas costas dela estabelece uma condição de parceria, de objetivo comum, que é trilhar o salão exaltando plena alegria.

A dança dá espaço para que o “Nós” acolha o “Eu” de uma forma tão natural, que nela somos capazes de expressarmos sentimentos e afetos próprios do ser humano.

O belo da dança é não ser “padronizado”, é ser livre, desprovida de técnica rebuscada que limita a criatividade do casal que tem seu jeito próprio de dançar, deslizando nas notas musicais da orquestra.

Dançar apenas com o intuito de entretenimento é muito prazeroso, pois nos sentimos livres, envoltos pelo estado de satisfação de estar ali se divertindo.

Estar motivado para entregar-se ao ritmo e ao movimento, onde corpo, emoção e intelecto são energizados pelo prazer, faz com que outros pensamentos e preocupações se afastem e liberem nossa mente apenas para revigorar-se com o olhar cúmplice do parceiro.

A dança também tem outras facetas, como proporcionar bem-estar físico, social e psicológico. É benéfico para a saúde. Tem o poder de modificar o modo de encarar a vida, possibilitando viver numa melhor dimensão existencial.

De caráter socializador e motivador, a dança proporciona coordenação e equilíbrio, no ritmo, na consciência corporal, na resistência, na memorização, qualquer que seja nossa idade, homem ou mulher, todos nos sentimos bem.

Todos têm habilidades para “arriscar” uns passos, sejam eles conduzidos pelas notas de um samba, um bolero, uma rumba, um merengue, um xote ou um forrozinho pé-de-serra.

Não estou falando aqui de dançarinos de academias, de escolas especializadas, e sim de dançar livremente, de experimentar a sensação dos movimentos e do toque com o corpo “alheio”. Hum! Chamego bom!

Interessante é que na dança, temos duas perspectivas em ação: a dos que estão dançando e a dos espectadores. Cada um espelha uma percepção diferente: “eles estão nos olhando” ou “aquele casal dança bem”.

Não se preocupem. A música é a mesma. Mas cada casal é único na sua forma de dançar. Você que está na mesa só olhando, perceba como cada um dança do jeito que melhor se afina com seu par!

Eu mesmo quando estou dançando, invento umas coreografias fora do “padrão”, que somente uma parceira acostumada, como Cléa, me acompanha sem comprometer os “passos do elefantinho”. Quando exagero, “carinhosamente” ela diz: “- Deixe disso. Dance direito”.

O diálogo (Jacqueline e Kennedy) que abre este artigo é parte da conversa que sempre travamos ao dançarmos a primeira música da noite.

Ao som de New York, New York, seu olhar sensual é fulminante: “Dança comigo?”.

“-Vovô, esses sapatos o senhor nunca usa?”

– Uso sim, Lucas, mas só quando vou dançar. Ao calçá-los deslizo no salão tal qual um esqui na neve.

“- É sapato de dançarino, é?”.

Quanto elogio!

Desafie-se!

Carlos Alberto Josuá Costa, Engenheiro Civil e Consultor (josuacosta@uol.com.br)

 

Ponto de Vista

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