COISAS QUE EU VI, OUVI OU VIVI: COISAS E FIGURAS DE NATAL – Antonio José Ferreira de Melo

COISAS QUE EU VI, OUVI OU VIVI: COISAS E FIGURAS DE NATAL –

MAGNUS KELLY – O COMPOSITOR

Magnus Kelly foi meu colega de colégio e depois enveredou pelos caminhos da política, na sombra de Aluízio Alves e terminou como deputado estadual, na década de 1970.

Mas Magnus não foi só político.

Foi também compositor de música carnavalesca.

Me lembro do frevo canção: “CARNAVAL NA BARREIRA DO INFERNO”, no ano de 1960, inspirada no centro de lançamento de foguetes da barreira do inferno. ]

Veja a letra:

        É COM VOCÊ MENINA

        QUE ESSE ANO EU QUERO

        BRINCAR O CARNAVAL

        NA BARREIRA DO INFERNO

        A MINHA FANTASIA É TODA DE AÇO

        EU VOU BRINCAR COM ELA

        E NÃO VOU SENTIR CANSAÇO

        NO MEIO DO SALÃO

        OU POR ONDE PASSO

        A TURMA VAI GRITANDO

        OLHE O HOMEM DO ESPAÇO

Magnus se apresentava todo vestido com uma roupa metálica e brilhante, imitando ser feita de aço, como se fosse um astronauta.

A sua música fez parte de um disco compacto, com a honra de ter sido gravada na companhia a uma outra música “NÃO SE FAÇA DE DOIDO NÃO”, e ainda de outra “EU NÃO VOU VÃO ME LEVANDO”, as duas, de autoria de Dozinho, grande compositor potiguar.

Como Magnus era muito amigo de Dozinho, dizem, as más línguas, que foi o grande compositor que deu “uma ajuda” à Magnus, fazendo dele o homem de uma música só.

Só lembrando: Dozinho, tempos depois, também compôs: CARNAVAL COM BIN LADEN e DOLAR NA CUECA, em homenagem a lava jato.

Sim, deixando Dozinho de lado:

As últimas vezes que encontrei Magnus Kelly foi quando eu tinha um escritório num edifício na rua Princesa Isabel e almoçava num “self service”, que ficava na galeria do prédio.

Magnus ia apanhar as comidas que não podiam ser guardadas para o outro dia e levava para a sua criação de porcos.

Na época, já estava muito gordo e não ia caber na nave espacial.

Sendo uma figura eclética, também atuou como comentarista político, e tinha uma coluna: O TEMA E A CENA POLÍTICA onde se intitulava: ADVOGADO, EX-DEPUTADO ESTADUAL E ANALÍSTA POLÍTICO.

Não sei como ele ainda se mantem até hoje, mas sempre tive Magnus Kelly, como meu amigo.

MAGNUS KELLY – O POLÍTICO

PARA TERMINAR: UMA DAS HISTÓRIAS QUE OUVÍ DE MAGNUS:

 MAGNUS KELLY – O CANDIDATO QUE NÃO BEBIA

Magnus tem muitas coisas engraçadas, acontecidas durante a sua trajetória política, mas, das que eu OUVI, selecionei uma para contar aqui.

Ele apoiava um dos candidatos à Prefeitura de Macaíba, onde contava receber uma grande contribuição de votos.

Obviamente, que esse apoio se traduzia em contribuição financeira, que começava por fornecer uma Kombi, que, naquela época, era moda utilizar como palanque móvel.

Instalavam-se uns suportes de ferro e uma escadinha e a Kombi se transformava em carro de som.

Magnus esteve presente no início da campanha e notou que o seu protegido era muito introvertido, uma característica que não se adaptava ao “ser” político.

Qual foi a ideia de Magnus?

Perguntou se ele bebia, e, recebendo a negativa como resposta, disse: faça o seguinte: antes dos comícios e das passeatas tome uma “lapadinha de cana” que ajuda a destravar a língua.

Bom professor, melhor aluno.

As informações que Magnus recebia, depois do conselho, eram de sucesso da atuação do seu pupilo, cujos comícios e passeatas se transformaram em folclore político, o que levava Magnus a achar que os fatos eram positivos.

Conforme o combinado, no último dia de campanha, o Deputado MAGNUS KELLY saiu do comício de Aluízio Alves, lá do coreto da Praça Gentil Ferreira, no Alecrim, para comparecer à passeata do seu pupilo, no encerramento da campanha em Macaíba.

Chegando lá, o clima era de guerra entre os dois candidatos, e a polícia teve que separar a avenida onde ocorriam as duas passeatas, para não haver confronto.

Magnus ao subir na Kombi, notou que o seu candidato estava quase sem se equilibrar, em cima do palanque móvel, tamanho era o estado de embriaguez.

A “charanga” do adversário vinha tocando a música de Ronnie Von, “CAVALEIRO DE ARUANDA”, e o seu candidato falou: nem ouça, nem ligue, nem ligue!!!

Ao se aproximarem Magnus entendeu o porquê.

A versão da música dizia: QUEM É O CAVALEIRO QUE VEM NA CARAVANA, SÓ PODE SER (FULANO…) COM O CÚ CHEIO DE CANA!!!

 O conselho da “lapadinha” foi tomado à risca.

 

 

Antônio José Ferreira de Melo – Economista

 

As opiniões contidas nos artigos/crônicas são de responsabilidade dos colaboradores