AS FLORES – Alberto Rostand Lanverly

AS FLORES –

Certa vez caminhando por entre corredores de milenar templo, cuja existência engrandece a história de Nara, cidade japonesa situada a trinta quilômetros de Kioto, enxerguei em uma de suas paredes, escritos grafados em língua nativa, mas traduzidos para o inglês, que dizia: “as flores só são flores porque caem.”

Logo após a inesquecível visita, sentado em banco sob a sombra de pé de cerejeira, rememorei a força do importante provérbio, imaginei ser o homem como flores, tendo o dever de cumprir seu destino integral.

Se nos eventos, as flores são notadas em forma de ornamentos, enquanto “vivas” embelezam jardins, campos e montanhas, de modo similar os racionais, verdadeiras obras de arte, nascem trazendo o dom da resistência e mesmo ante circunstâncias adversas, possuidores de fragrâncias especiais, são capazes de até iluminar.

Se as flores detêm a vitalidade de encantar a vida, e até embelezar a morte, cada ser humano, reserva em simbólica prateleira encravada no peito, caixa de pandora, em cujo interior encontra-se não somente a esperança, mas também a real capacidade de inspirar e alegrar, cabendo-lhe fazer uso de tais atributos.

Esses homens e mulheres espalham sua beleza e influência, independentemente das mudanças ao seu redor, fazendo lembrar que a verdadeira essência, não está apenas na permanência, mas na habilidade de florescer onde quer que estejam “plantados”, ou até mesmo já como arbustos cortados.

Semelhante as flores, pessoas também tem seu tempo, e aquelas que insistem em perpetuar, ignorando ser sua própria vitalidade não mais a mesma de outrora, nessa busca desenfreada, elas abdicam de exalar o perfume único que sempre possuíram, comprometendo sua própria história.

É como uma flor que, ao resistir à mudança e à passagem dos anos, perde seu aroma e beleza, esquecendo de que a verdadeira grandeza está na capacidade de renovar e empreender caminhos novos, em vez de prender-se ao passado.

Todos deveríamos saber que somos como as flores, pois elas nos lembram a efemeridade da vida, e a importância de apreciar cada momento de beleza que vivenciamos e assim, mesmo já caídos seremos então sempre lembrados.

 

 

 

 

 

Alberto Rostand Lanverly – Presidente da Academia Alagoana de Letras

As opiniões contidas nos artigos/crônicas são de responsabilidade dos colaboradores
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