AS FILAS NA CEF E AS NOSSAS CRISES – Evandro de Oliveira Borges

AS FILAS NA CEF E AS NOSSAS CRISES –

​​​As filas na Caixa Econômica Federal vêm chamando a atenção para as nossas mazelas do distanciamento social das classes brasileiras. A informalidade e o desemprego de fato campeiam na sociedade do liberalismo extremado. O auxílio que foi um ganho da concertação realizado pelo congresso nacional, cenário adequado para a conjunção de esforços no sentido de formar consensos, cumprindo as missões institucionais.

​​​A concertação é a capacidade de diálogo, de não impor verdades e vontades, consiste na formação do possível, não corresponde à troca do favorzinho ou pelo fisiologismo de cargos. A troca por cargos corresponde a tal “política velha”, que as forças políticas não suportam diante da nova formação da opinião pública, principalmente em face das mídias sociais, mesmo com os senões das “fakes”.

​​​As filas dos pagamentos dos aposentados, sempre foram indignas, mas, utilizadas abertamente pelos bancos, e não estava sendo diferente, mesmo reconhecendo as iniciativas de muitos bancários tentando humanizar as filas, fazendo atendimento e prestando informações nas próprias filas, pois coube aos Municípios dar um pouco de dignidade.

​​​Os bancos foram os que mais ganharam com as políticas econômicas no país, desde o Governo de Fernando Henrique Cardoso, atravessando todos os governos, com balanços publicados altamente favoráveis, mas, não se dignaram em humanizar e dar civilidade as filas marcadas por pessoas em vulnerabilidade, muitas delas varando a noite, jovens ou idosos.

​​​Os municípios no Estado do Rio Grande do Norte caíram em campo, distribuíram máscaras e álcool gel, colocaram banheiros químicos, pias para lavar mãos, tendas, cadeiras, interditaram ruas, disponibilizaram servidores e guardas municipais para a orientação geral, foi uma avalanche de iniciativas com o propósito de assegurar um mínimo possível à expansão do coronavírus.

​​​Um marco que precisa mudar como lição desta pandemia do coronavírus, é a gritante diferença de classes sociais no país, de muita vulnerabilidade, de diminutos salários, habitações insalubres, transporte público inadequado, mobilidade com acidentes alarmantes que enchem os hospitais, educação pública nas modalidades dos ensinos fundamental e médio fragilizados, uma verdadeira marginalidade.

​​​A solidariedade de grupos, coletivos, instituições, da imprensa, de igrejas, de empresas, de sindicatos, movimentos sociais, da cidadania, de personalidades, da academia, dos organismos de Estado pululam por todos lados, nas cestas básicas de todos os tamanhos e iniciativas diversas, e até nas filas da Caixa Econômica foram constatadas, os gestos humanitários dos brasileiros para melhorar as condições de reação ao coronavírus da população vem sendo demonstrado.

​​​Os necessitados pelos auxílios superaram quaisquer expectativas, mostrando na cara de toda a cidadania e da sociedade os nossos problemas econômicos e sociais, que não podem ser mais postergados, nem solucionados de uma vez só, mas, com a possibilidade de formação de uma grande política e programas em face de uma concertação nacional, que seria de Estado, e não de apenas um governo.

 

 

Evandro de Oliveira Borges – Advogado

As opiniões contidas nos artigos são de responsabilidade dos colaboradores
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