CAMÕES –

Luís Vaz de Camões (1524 – 1580), o mais ilustre dos poetas portugueses, teve uma vida cheia de aventuras e constante adversidade. Nasceu em Lisboa, de uma família da pequena nobreza, filho de Simão Vaz de Camões e Ana de Sá e Macedo.

Recebeu uma sólida educação nos moldes clássicos, dominando o latim, e conhecendo a literatura e a história antigas e modernas. Não há nenhuma comprovação de que tenha frequentado a Universidade de Coimbra.

Ingressou no Exército da Coroa de Portugal em 1547, e embarcou como soldado para a África, onde participou da guerra contra os Celtas, no Marrocos, e em combate perdeu o olho direito. Mais tarde, em Portugal, escreveu, na prisão, o primeiro canto de seu imortal poema, “Os Lusíadas”. Participou de várias expedições à Índia e depois, em Macau, escreveu mais seis cantos do seu grande poema. Daí viajando para Goa, naufragou e salvou-se, nadando com um braço, enquanto com outro erguia das ondas o manuscrito de  “Os Lusíadas”. Injustamente preso, conseguiu libertar-se e passou a sofrer contínua miséria.

Ao sair a primeira edição do seu poema “Os Lusíadas”(572), o rei concedeu-lhe uma pensão de quinze mil réis anuais.

Em Portugal, frequentou a corte de D. João III, iniciou a sua carreira como poeta lírico e envolveu-se afetivamente com damas da nobreza e com plebeias, Levava uma vida boêmia e turbulenta. Dizem os historiadores que, por conta de um amor frustrado, Camões autoexilou-se na África, alistando-se como militar. Voltando a Portugal, feriu um servo do Paço e foi preso. Perdoado, partiu para o Oriente. Passando lá vários anos, enfrentou uma série de adversidades. Foi preso várias vezes.

Tornou-se o maior poeta do Classicismo português, além de ser também considerado o poeta erudito do Renascimento. Inspirava-se em canções e trovas populares e escrevia poesias que lembravam as cantigas medievais. Revelava em seus poemas grande sensibilidade para os dramas humanos, amorosos ou existenciais.

No século XVI, em todos os reinos católicos, os livros deveriam ter a aprovação da Inquisição para serem publicados. Isso ocorreu com “Os Lusíadas”, conforme texto de frei Bartolomeu, onde comenta as características da obra e ressalva que a presença de deuses pagãos não deveria preocupar, porque não passava de recurso poético do autor.

Uma das amadas de Camões foi a jovem chinesa Dinamene, que, segundo os historiadores, morreu afogada no mesmo naufrágio que quase vitimou Camões, e no qual ele conseguiu salvar o manuscrito dos Lusíadas.
Camões escreveu vários sonetos lamentando a morte da amada. Os mais famosos foram “A Saudade do Ser Amado” e “À Dinamene”. Camões deixou, além de “Os Lusíadas”, um conjunto de poesias líricas, entre elas, “Os Efeitos Contraditórios do Amor”, “O Desconcerto do Mundo”, e as comédias “El-Rei Seleuco”, “Filodemo” e “Anfitriões”.

Logo após a sua morte, sua obra lírica foi reunida na coletânea Rimas, tendo deixado também três obras de teatro cômico.

Enquanto viveu, Luis Vaz de Camões queixou-se, várias vezes, de injustiças que sofrera, e da escassa atenção que a sua obra recebia. Entretanto, pouco depois de falecer, a sua poesia começou a ser reconhecida como valiosa e de alto padrão estético, por vários nomes importantes, da literatura europeia, ganhando prestígio entre o público e os conhecedores, e influenciando gerações de poetas em vários países. Hoje, a sua fama está solidamente estabelecida e é considerado um dos grandes vultos literários da tradição ocidental, sendo traduzido para várias línguas e tornando-se objeto de uma vasta quantidade de estudos críticos.

Conta-se que a dedicação de um escravo, que por Camões saía a esmolar, à noite, pelas ruas de Lisboa, livrou-o de morrer de fome. O grande poeta morreu no dia 10 de junho de 1580, num hospital, quando sua pátria caía sob o domínio espanhol.

Ponto de Vista

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