ARTIGO: Ivenio Hermes

AOS QUE SE UNEM E SE INTEGRAM EM BUSCA DA PAZ –

Terminamos o mês de junho de 2016 com 173 CVLI, acumulando 979 no ano de 2016. Nessa mesma época no ano passado comemorávamos -12,5% de redução em relação ao ano anterior, este ano, lamentamos 24,2% de aumento.

Em 30 de junho de 2015, nossas principais cidades Natal e Mossoró, estavam sendo massacradas com críticas sobre o aumento de roubos, e quase ninguém, a não ser uns poucos idealistas, celebravam as vidas poupadas, mesmo com certo receio, afinal era sabido que nenhuma política de segurança se sustentaria sem a integração de todos, principalmente entre município e estado, mesmo assim, naquele dia Natal estava com redução de -18,9% em condutas violentas letais intencionais e Mossoró batia recordes de com a redução de -20,9%.

A violência homicida, no entanto, continuava pulsando dentro dos presídios, se apresentava em mortes de detentos, em fugas, em guerras de facções e se consolidava do lado de fora onde achava o solo fértil nos canteiros das lacunas deixadas pelas ações sociais. As organizações criminosas cobrando suas dívidas, disputando territórios para suas ações, aliciando mais e mais pessoas e contratando a morte de desafetos. Tudo apontando para uma explosão de ações criminosas.

Esse aparente microssistema é alimentado por inúmeras ausências que dinamizam a criminalidade, pois se originam nas ausências de políticas sociais até no paradigma falido de se formatar políticas de segurança como uma guerra. As criminalizações continuam, principalmente a da juventude, o incentivo para que nossos policiais recrudesçam suas ações e a grande preocupação em se proteger patrimônios financeiros ao invés de se evitar a perda do maior de todos os patrimônios, a vida, são apenas alguns meios de remediar a febre e não cuidar da infecção que destrói o país por dentro.

Mossoró, uma bela cidade, orgulho de nosso oeste potiguar, cheia de manifestações culturais, sofre com o aumento de 77,8% de mortes causadas por condutas violentas letais intencionais (eram 72 em 2015 e são 128 em 2016). E na outra ponta do estado, somente Natal, sem contar o restante da Região Metropolitana, chega a 23,2% de aumento (eram 241 em 2015 e são 297 em 2016).

Aos que se unem e se integram em busca da paz, e não se conformam diante de tantas vidas perdidas, pairam as perguntas, onde erramos? Onde continuamos a errar? O que podemos fazer para mudar? Tempo para refletir já tivemos, é hora de a sociedade potiguar dar as mãos no maior e mais amplo sentido de integração, de produzir críticas construtivas e construir ações junto com as forças de segurança, todas elas, incluindo as guardas municipais, para apaziguarmos nossa terra e voltarmos a poupar vidas.

Vincit omnia veritas!

Ivenio Hermes – Consultor de Segurança Publica

As opiniões contidas nos artigos são de responsabilidade dos colaboradores
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