MEDICAMENTO DE DIFÍCIL CONSUMO –
A atividade política, em período eleitoral ou a esse voltado, constitui infindável celeiro de piadas e presepadas, envolvendo eleitores espertos ou ingênuos, confrontados com candidatos ladinos ou estourados.
Antônio Alves Meira, antigo boticário de Livramento do Brumado, simpática cidadezinha do sudoeste baiano, autor do livro “Histórias da Farmácia”, contou a história do médico que foi impulsionado a candidatar-se a Deputado Estadual, mesmo a contragosto, pois não queria apartar-se da vivência interiorana para morar na Capital. Mas, afinal, os votos lhe sorriram e lá se foi o esculápio exercer o mandato em Salvador, não sem antes prometer a si mesmo, à família e aos chegados, que nos finais de semana estaria em Conceição, para rever a todos e para labutar na medicina artesanal, cara a cara com os pacientes que lhe devotavam confiança. E assim o fez. Só que agora o batuque do bombo era diferente, pois o consultório que mantinha em um anexo da residência virou também um bureau onde os folgados apareciam para fazer pedidos materiais os mais díspares, desde roupa nova para frequentar a missa até milheiro de tijolos para ampliar a cozinha.
A todos o dublê de médico e parlamentar recebia no mesmo cômodo, sentado à mesma mesa, escrevendo no mesmo bloco de notas. Às vezes, por praticidade, quatro ou cinco pessoas sentavam à sua frente, lamuriando doenças ou marretando o bolso do político. Tudo junto e misturado! Natural que de quando em vez alguns tropeços emanassem daquela babel. Certo dia estava dando consulta a uma senhora com crise de garganta, postada ao lado de uma criatura que desejava “uma ordem” para pegar seis rolos de arame para cerca, volume esse que por lá chamam de “bola”. O doutor escreveu: “Entregar seis bolas de arame farpado…” e interrompeu o bilhete para ver uma terceira ocorrência. Ao voltar, esqueceu que estava tratando com o roceiro e prosseguiu dando atenção à velhota rouca, mas completando a escrita onde discorria sobre o arame: “Chupar uma duas vezes ao dia”, imediatamente indicando-a à farmácia.
A pobre analfabeta, ao entregar o bilhete ao farmacêutico, foi por esse advertida de que era melhor voltar ao consultório e pedir outra prescrição, pois dificilmente ela conseguiria consumir aquele “medicamento”.
Ivan Lira de Carvalho – Professor e Juiz Federal – ivanlira6@uol.com.br
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