ARTIGO: Ana Luiza Rabelo

CONSCIÊNCIA ZERO – 

Desde as épocas mais longínquas, o ser humano cria maneiras de sair do estado normal de consciência. Em todas as sociedades, sejam teocráticas, absolutistas, capitalistas ou naturistas, o homem consegue criar uma maneira de entorpecer o pensamento e descascar o verniz sócio-cultural adotado por seus pares. As drogas de um modo geral são um espelho dessa necessidade de ultrapassar a realidade e mergulhar na irresponsável ilusão. Os egípcios conheciam a coca e o processo de fermentação da cevada. Os nórdicos destilam o malte há vários séculos.  Os centro-americanos destilavam o milho. Os latinos fermentam a uva e a maçã. Os ocidentais usavam arroz e ópio. Passaria todo tempo citando exemplos dos mecanismos criados para atrair o sonho e espantar o medo. Existem rituais religiosos, místicos, democráticos e excludentes. As drogas se apresentam de várias formas.

A sociedade atual coíbe o consumo da maioria destes artifícios, mas, infelizmente, os poucos métodos permitidos legal e socialmente estão sendo utilizados de forma abusiva. O álcool no Brasil não só é aceito como estimulado. Crianças têm o aval dos responsáveis para ingeri-lo. Aos meninos, os pais guiam pelas mãos, em direção a bares. Quem começa a beber aos doze ou catorze anos tem uma enorme possibilidade de tornar-se dependente aos vinte. Além do risco provável de ser geneticamente propenso a desenvolver males oriundos da bebida. Entre os anos trinta a setenta, o fumo era ovacionado, pois não se conhecia seus efeitos nocivos.  A década de oitenta trouxe a geração saúde, onde poucos fumavam. Os anos noventa tiveram força para excluir os fumantes de locais fechados em geral e grupos de amigos em particular.

É lamentável dizer que no terceiro milênio está a gênese da criança e do adolescente alcoólatra, dos acidentes de automóveis conduzidos por pessoas etilistas. E sua escola é o próprio lar. Os pais devem ter maior responsabilidade com relação aos hábitos que ensinam a seus filhos. Dipsomaníacos estão povoando o mundo, perdendo bons empregos, destruindo famílias, assassinando pessoas e cometendo suicídio. Este é um momento para pedir consciência e responsabilidade aos chefes de família, para que não tenhamos no futuro beberrões e irresponsáveis guiando impunemente mundo afora.

Ana Luiza Rabelo, advogada (rabelospencer@ymail.com)

As opiniões contidas nos artigos são de responsabilidade dos colaboradores
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